Artigo de Opinião do Dr. Mário Morais de Almeida, imunoalergologista
e presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia, Asma e Imunologia Clínica
Estima-se que mais de
300 mil portugueses tiveram um ataque de falta de ar no último ano e que 10 por
cento das pessoas com mais de 65 anos está corretamente diagnosticada com asma.
Uma investigação recente sobre esta doença revela ainda que 700 mil pessoas com
asma tiveram queixas no último ano e que 500 mil doentes fizeram medicação
anti-asmática no último ano.
A asma é uma doença
crónica que está ainda pouco diagnosticada e incorretamente tratada. O
diagnóstico desta doença é clínico, não existindo nenhuma análise que permita
um diagnóstico precoce. Para além da história e interrogatório clínico, os
testes cutâneos de alergia, as provas de função respiratória, e por vezes radiografias
e algumas análises de sangue são suficientes na maioria das vezes para a
caraterização do doente com asma.
A tosse, o aperto do
peito, a dificuldade em respirar e a pieira ou chiadeira no peito são os
sintomas típicos desta doença. O início dos sintomas pode ocorrer por várias
causas como alergias aos ácaros do pó doméstico, aos pólens, as infeções, ou com
o exercício físico, com a toma de determinados medicamentos, com a ansiedade e
o stress ou com mudanças súbitas das condições meteorológicas.
O principal objetivo dos
medicamentos na asma é reduzir a inflamação dos brônquios. Na maioria dos casos
são tratamentos crónicos diários, por períodos prolongados. Os doentes com
asma, se estiverem controlados, podem fazer as suas atividades quer
profissionais quer desportivas, sem qualquer limitação da vida diária. O
tratamento adequado é fundamental para uma melhoria da qualidade de vida.
Como medidas
preventivas, a vacinação anti-alérgica tem uma enorme eficácia, desde que
instituída corretamente e sob vigilância estrita de um especialista em
imunoalergologia. Contudo, é inexplicável e injustificável que as vacinas
anti-alérgicas continuem sem comparticipação do Estado.
Atualmente é
indiscutível que esta doença crónica, muito frequente, transversal a todos os
grupos etários, deve merecer uma atenção particular, quer nos aspetos de
diagnóstico, quer nas ações que podem permitir melhorar o seu controlo e
conseguir até a sua prevenção.
Por este conjunto de
razões, para possibilitar um aumento da notoriedade desta doença ainda
associada a muitos mitos e crenças, a SPAIC, por decisão dos seus sócios e à
semelhança de sociedades científicas internacionais similares, adotou um novo
nome, passando a incluir ASMA
na sua designação: Sociedade Portuguesa de Alergologia, Asma e Imunologia
Clínica – SPA2IC.
Nos últimos anos foi esta a sociedade
científica que no nosso país mais contribuiu para a investigação e conhecimento
sobre a asma. Para além de múltiplas iniciativas de educação médica e
sensibilização para o público em geral, a SPA2IC esteve sempre
empenhada com o objetivo de promover a saúde dos portugueses, ao melhor custo
possível, sem desperdícios, defendendo a causa e os interesses das pessoas com
asma.
A asma é uma doença
inflamatória crónica dos brônquios que se inicia, habitualmente, na infância,
mas que pode surgir em qualquer idade. Para mais
informação consulte: www.spaic.pt
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