Decorreu
no passado sábado, 17 de Janeiro, o espetáculo “A Viola que nos toca” numa
coprodução da Associação de Juventude Viola da Terra e do Teatro Micaelense, e
como apoio da Direção Regional de Cultura.
Mais
de 40 artistas subiram ao palco neste evento, em torno da Viola, que pretendeu
valorizar a Viola de Dois Corações e dar a conhecer os diferentes facetas que a
mesma tem no contexto da cada grupo, ou mesmo tocada a solo.
Em
cada participação houve o cuidado do detalhe da projeção de imagem que também
foi uma das novidades do evento.
Desde
a casa de pedra antiga, de fronte da qual Ricardo Melo interpretou uma
Sapateia, e, depois, Rafael Carvalho a Aurora (temas instrumentais do
repertório da Viola da Terra); à Coroa do Espírito Santo na entrada dos
Foliões, vindos das Feteiras, e que recriaram a função da Folia com
profissionalismo, e, ainda, o Pezinho, que ajudava a ajuntar o povo para perto
dos Impérios e para o arraial e bailarico.
Seguiu-se
o Grupo Folclórico da Fajã de Baixo que interpretou a Cirandinha e Balho
Furado, com graciosidade mas com a energia da juventude presente em palco e com
4 cantadores e 7 tocadores que encheram a sala, colocando todos a bater o
pezinho.
O
trio Musica Nostra trouxe uma abordagem harmónica diferente à Viola, com temas
como Saudade do Pico, Wave (T. Jobim) e Vira, e ainda com a participação de
Aníbal Raposo num tema de sua autoria - Maré e Natividade. Foi um momento de
mostrar as potencialidades da Viola da Terra numa exploração mais “aprofundada”
do instrumento.
Em
estreia houve dois duetos de Viola da Terra e Piano: Ana Paula Andrade e Rafael
Carvalho com o tema da Pianista Encontros, e depois, a mesma executou com
Ricardo Melo Gigue de Bach. Momentos inéditos que trouxeram sonoridades nunca
antes ouvidas e, ainda, que trazem mais repertório para a Viola.
Com
o aproximar do final do Serão o público pôde assistir a 2 temas com a percussão
de Lázaro Raposo e Rafael Carvalho na Viola, com projeção de dois vídeos. O
primeiro tema, Cantiga Bailada (Eras tão bonita), com projeção de imagem das
recolhas de Giacometti, da adufeira Catarina Chitas, e, depois, o tema O
Trenzinho do Caipira de Villa-Lobos, com filmagem realizada na Ilha de São
Miguel e que transportou o público para uma viagem de comboio na nossa Ilha.
O
final trouxe Cantiga dos Cantos de Aníbal Raposo, e depois, todos os músicos em
palco cantaram o Velho Pezinho de José Francisco Costa. Este último tema,
conhecido de todos, e cantado em coro pelo público presente, teve a
interpretação de um convidado especial, Carlos Sousa, dos Belaurora, que, no
ano em que o grupo celebra 30 anos de existência, veio assim fechar a Festa da
Viola em grande.
Quase
duas dezenas de pessoas estiveram presentes neste evento, conduzido na
apresentação por Vasco Pernes, que soube fazer o encadeamento e a contextualização
de todas estas manifestações onde a Viola estava e continua a estar, viva e
cada vez com mais força.
O
público aplaudiu de pé expectante por mais edições deste novo evento da
Associação de Juventude Viola da Terra, e, os participantes, vindos de vários
contextos diferentes da Viola, cada qual com as suas próprias ideias e formas
de trabalhar, juntaram-se em palco para valorizar e celebrar a nossa Viola, a
Viola que nos Toca.
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