Se
existem povoacenses com este espírito, o jovem André Castro é o exemplo máximo
disso. É um povoacense de gema, discreto, que nunca vira a cara à luta, que
gosta de desafios, de aventuras e porque diz que a vida é curta demais para
parar no tempo. Escolheu "terras de vera cruz" para assentar arraiais
e a sua vida. Chegou ao Brasil e passados alguns meses de adaptação, casou com
uma gaúcha e ambos vivem em Natal (Capital do estado do Rio Grande do Norte).
Este
povoacense viveu na Povoação até aos 28 anos, junto da sua avó (que é uma Mãe).
Trabalhou na Farmácia da Misericórdia durante 7 anos, mas depois disse que era
tempo de mudar e procurar novos desafios.
Deixou
a Farmácia da Misericórdia da Povoação e foi para Lisboa/Porto exercer funções
na indústria farmacêutica, até que dissidiu rumar ao Brasil.
Um
Olhar Povoacense foi de encontro a este jovem filho da terra para saber um
pouco mais sobre esta sua nova aventura do outro lado do oceano atlântico.
Um Olhar Povoacense – Que razões levaram o jovem povoacense André
Castro a emigrar?
André Castro – Bem, as razões que
me levaram a emigrar foram a situação económica e financeira muito mal de
Portugal e com isso a falta de um futuro para os jovens, também já tinha
perdido muitas regalias no trabalho em que me encontrava. Então disse: Porque
não arriscar? Como não sou de depender de ninguém nem esperar que algo caia do
céu, decidi meter-me no avião e tentar a sorte aqui no Brasil, um País que
gosto muito e que já tinha cá estado anteriormente duas vezes de férias.
U.O.P. – O que sentiste no momento da partida?
A.C. – Senti um misto de
emoções; Tristeza por deixar minha Mãe e entusiasmo/emoção por esta nova etapa
sempre com pensamento positivo.
U.O.P. - Como foi a adaptação à vida no Brasil?
A.C. – A adaptação foi
fácil porque temos uma grande vantagem que é a língua portuguesa. Os costumes
não diferem assim tanto do que vemos em Portugal. Tive uma ajuda valiosa de
algumas pessoas fabulosas que conheci aqui. Os brasileiros sabem receber e são
ótimas pessoas.
U.O.P. – Já te habituaste aos costumes do Brasil?
Gostas de ai estar?
A.C.
– Sim, já estou completamente habituado aos costumes daqui. Adoro estar aqui.
Tenho uma mulher linda e fantástica que está sempre comigo em qualquer
circunstância. Natal é uma cidade linda, tem tudo o que precisamos, como também
nos presenteia com um misto de qualidades para quando quisermos e pudermos disfrutar
destas (natureza, aventura, lazer etc…). É chamada a cidade do sol. Aqui faz
calor o ano inteiro. Não aquele calor que abafa porque corre sempre uma brisa
durante o dia devido ao cruzamento dos ventos na linha do Equador. O clima é
fantástico! Tem praias e lagoas fabulosas como já pudeste ver através do meu
facebook. Adoro morar aqui.
U.O.P. – Não sentes saudades da tua família, dos
amigos, do teu concelho, da terra que te viu nascer e crescer?
A.C. – Sinto muitas
saudades da minha família que é minha Mãe e Irmã. Sinto muitas saudades dos
meus amigos e claro, também sinto saudades da minha terra e dos bons amigos que
ainda tenho aí.
U.O.P. - Estás satisfeito de trabalhar num país que
não é o teu?
A.C. – Estou muito
satisfeito. Fiquei na mesma área por isso não tenho grandes problemas. Claro
que existem algumas diferenças a nível laboral, mas quem corre por gosto não
cansa.
U.O.P. – Foste bem aceite no país que te acolheu?
A.C. – Sim, fui muito
bem aceite aqui. Como já referi anteriormente, as pessoas aqui são fantásticas,
têm um calor humano extraordinário, são alegres, e receberam-me todas muito
bem. Estou realizado e mais tarde espero retribuir fazendo o mesmo ou mais na
minha terra.
U.O.P. – Certamente que tal como muitos emigrantes
acompanhas os acontecimentos mais relevantes do nosso concelho através do blog Um Olhar Povoacense. O que
realmente sentes ao inteirares-te desses acontecimentos?
A.C. – Sempre que posso
acompanho as notícias da minha terra através do teu blog. Até arrepia quando
vejo algumas imagens. Quando estamos longe é que damos o verdadeiro valor à
nossa terra e eu tenho sentido isso na pele. Adoro a minha terra.
U.O.P. – Achas ser de relevante importância a
divulgação/informação do nosso blog “Um Olhar Povoacense”?
A.C. – Acho que tem uma
relevância enorme! Todos os emigrantes e pessoas em geral agradecem o trabalho
magnífico que fazes em prol do concelho e sem receber "louros" em troca. Fazes de
coração, por amor à terra como grande povoacense que és e com a ficha limpa.
Colocas notícias de todas as vertentes e de praticamente tudo o que se passa no
concelho. Um verdadeiro blog com este foco, só pode ser desse jeito.
U.O.P. – Para concluir, o que gostaria o jovem povoacense
André Castro de acrescentar a esta nossa agradável conversa?
A.C. – Quero
agradecer-te por teres-me convidado a participar nesta conversa sugestiva. Não
sou muito dessas coisas, mas fico feliz por alguém ter-se lembrado de mim.
Espero encontrar-te em breve para bebermos um copo e por a conversa em dia na
nossa Povoação. Um grande abraço!
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