O
museu do trigo fica localizado numa das sete Lombas da Povoação, a Lomba do
Alcaide, e nasceu a 31 de Julho de 2004 com o objetivo de preservar a memória
dos antigos ofícios e tradições dos habitantes das Lombas. Isto porque havia
uma grande tradição de produção de cereais naquela zona, motivo este que fez
com que a Povoação fosse apelidada, em tempos, de “celeiro da Ilha”.
A
atividade agrícola no concelho da Povoação estava vocacionada, essencialmente,
para o cultivo de trigo, produtor de grão e de colmo. O trigo era encarado como
um símbolo de fertilidade e de renascimento da natureza, desempenhando funções
rituais. Assim, o pão saído da terra com o suor do homem, transforma-se em
alimento da vida eterna na Consagração.
O
Museu do Trigo está dividido em três áreas. Num primeiro espaço podemos
apreciar os instrumentos outrora utilizados na Ceifa do Trigo, como as rodas e
uma debulhadora fixa original. Na segunda divisão conhecemos uma antiga sala de
chá com uma exposição de artesanato local, onde encontramos desde licores
tradicionais a cerâmica proveniente do concelho da Lagoa.
Por
fim, na terceira sala observamos uma exposição permanente de painéis que
retratam e explicam as técnicas do cultivo, da colheita e da debulha do trigo e
do uso da palha nas lombas do a Povoação, bem como noutras zonas da Ilha de S.
Miguel.
Na
exposição podemos ver representadas as três espécies de trigo que se cultivava.
O Barbela, que era um trigo de grão macio, fácil de moer e dava uma farinha
muito branca; o Canoco ou Pelado, trigo túrgido, menos produtivo que o anterior
e mais resistente e, por fim, o Anafil, de barba preta e o tremês, que eram
trigos rijos. O Museu do Trigo resulta de um projeto de recuperação da história
daquela zona, fruto de uma parceria entre a Câmara Municipal e a Universidade
dos Açores.
Sem comentários:
Enviar um comentário