Entrevista ao Jornal Correio dos Açores em 2 de Agosto
de 2013.
“Temos que acabar com o Slogan do “Concelho falido”, porque ninguém investe num concelho falido”
Correio Económico – Quais as razões que estão na base da sua candidatura ao Município da Povoação?
Delmar Medeiros – Como povoacense sinto-me na obrigação de lutar pelo desenvolvimento do concelho e em segundo lugar decidi corresponder ao apelo de muitos povoacenses que me lançaram o desafio para se dar um novo impulso ao concelho.
CE – O anúncio tardio da sua
candidatura, transmite uma ideia de solução de recursos. Como reage a essa
situação?
DM – De modo nenhum. O convite há muito que estava feito e fui sempre a primeira escolha e quem definiu o timing do anúncio fui eu, uma vez que, sendo eu um independente, havia alguns assuntos que tinham que ser tratados, desde logo o meu respeito pelos furnenses e por isso terem que ser os primeiros a receber uma palavra da minha parte. O facto de eu ser uma pessoa nascida, criada e conhecida em todo o concelho, quer pela minha atividade social e profissional e, sobretudo, pelo trabalho desenvolvido nas Furnas não havia essa ansiedade de dar a conhecer o candidato.
CE – Tem presente a situação financeira da Câmara? Teve em atenção a sua realidade para elaborar o seu programa de investimento?
DM – Claro que sim. A difícil situação financeira da Câmara é uma realidade há já mais de 20 anos, tal como em todas as Câmaras dos Açores, Madeira e Continente.
DM – De modo nenhum. O convite há muito que estava feito e fui sempre a primeira escolha e quem definiu o timing do anúncio fui eu, uma vez que, sendo eu um independente, havia alguns assuntos que tinham que ser tratados, desde logo o meu respeito pelos furnenses e por isso terem que ser os primeiros a receber uma palavra da minha parte. O facto de eu ser uma pessoa nascida, criada e conhecida em todo o concelho, quer pela minha atividade social e profissional e, sobretudo, pelo trabalho desenvolvido nas Furnas não havia essa ansiedade de dar a conhecer o candidato.
CE – Tem presente a situação financeira da Câmara? Teve em atenção a sua realidade para elaborar o seu programa de investimento?
DM – Claro que sim. A difícil situação financeira da Câmara é uma realidade há já mais de 20 anos, tal como em todas as Câmaras dos Açores, Madeira e Continente.
Temos que viver com essa realidade é certo, mas de uma vez por todas temos que acabar com o slogan do “concelho falido”, porque ninguém investe num concelho falido. Temos que trabalhar de forma equilibrada entre a receita e a despesa, com uma gestão rigorosa e criteriosa para superar as dificuldades financeiras que temos pelo caminho. Há que saber investir com pouco dinheiro, como sempre fizemos, por exemplo, nas Furnas.
CE – Numa altura em que as questões económicas estão na ordem do dia, quais serão as suas principais propostas para potenciar o desenvolvimento económico do Concelho da Povoação?
DM – Sabemos para onde queremos ir e vamos pautar a nossa gestão de modo a superar os problemas sem que o desenvolvimento seja afetado. O Município terá, em primeiro lugar, que pagar aos seus fornecedores de modo a que estes possam manter a sua atividade e assim garantirem os empregos. Se não pagarmos aos fornecedores eles não podem investir no concelho.
O concelho precisa de uma imagem nova, é preciso fazer com que os privados acreditem no concelho e invistam nas potencialidades que temos. Foi assim que fizemos, com sucesso, obviamente à escala, nas Furnas e que é elogiado por todos.
CE – Mas estas são propostas a quatro anos: e as suas principais prioridades?
DM – Ninguém espere da nossa parte o anúncio de promessas, até porque os povoacenses estão cansados de promessas. As dificuldades qua afetam o concelho vão obrigar-nos a gerir o município passo a passo, conforme as necessidades e oportunidades, mas as principais prioridades terão que ser a reorganização financeira e organização a nível interno da própria Câmara que, em nossa opinião, há mais de 20 anos está sem rumo, nunca se organizou verdadeiramente.
Com a organização interna da Câmara e com um modelo equilibrado de gestão vamos romper com o passado recente e dar uma nova dinâmica ao concelho.
CE – Existe a convicção de que o Concelho tem problemas graves em termos estruturais, cuja resolução extravasa o poder da autarquia: refiro-me em concreto ao acesso à Ribeira Quente, a situação de eutrofização da Lagoa das Furnas, a conclusão do Hotel SPA. Tem que ter boas relações com o Governo, forçosamente?
DM – Os exemplos referidos são efetivamente questões importantes, mas são obras estruturantes não só para o concelho como para a própria Região e competem essencialmente ao Governo Regional que, aliás, de há muito prometeu a sua realização. Para além destas obras irei exigir ao Governo a concretização das outras obras já comprometidas, nomeadamente o porto da Ribeira Quente, a estrada das Furnas à Povoação e a estrada da Povoação para o Nordeste, que são também obras importantíssimas para o desenvolvimento do concelho e da própria ilha de S. Miguel.
Como sou independente politicamente e cultivo cordialidade terei boas relações com toda a gente e com o Governo Regional, mas de uma coisa podem estar certos, ter boas relações com o Governo não significa que vou deixar de lembrar as promessas por fazer e reivindicar o que achar necessário em prol do desenvolvimento do concelho da Povoação porque é com os povoacenses que temos o compromisso de lhes dar o melhor.
CE – Recentemente o economista e Conselheiro de Estado Vítor Bento, numa conferência em Ponta Delgada disse que os políticos, e acentuou o ênfase em relação ao poder autárquico, têm que estar preparados para passarem a trabalhar com orçamentos positivos, para poderem pagar dívida. Qual o seu comentário?
DM – Esse senhor provavelmente nunca foi autarca nem nunca esteve ligado ao poder autárquico. Não está a descobrir nada novo. Já os pensadores da Antiguidade diziam que os orçamentos dos estados tinham que ser positivos. Se calhar este discurso deveria já ter sido feito há 30 anos.
Sabemos que vamos ter que trabalhar com orçamentos equilibrados e ajustados à realidade do concelho, coisa que já deveria ter sido feita há muitos anos, porque, como sabe, o problema do desajustamento financeiro do concelho já não é de agora, nem de há 8 anos mas de há mais de 20. Tem sido um problema dos executivos municipais da Povoação dos últimos 20 a 25 anos.
CE –Gostaria de uma forma muito objetiva que nos dissesse quais são as principais diferenças que separam a sua candidatura do projeto liderado pelo candidato do PS?
DM – Sou povoacense. Nasci no concelho da Povoação, conheço bem as potencialidades e os problemas que nos afligem e sinto pela minha terra aquilo que ninguém de fora sente com a mesma intensidade.
Sou um homem de ação e de trabalho, não de palestras e escritas compridas e bonitas.
Estou habituado a fazer muito com pouco, gerir rigorosamente os orçamentos à disposição e procurar receitas para o desenvolvimento das freguesias e da população. Acho que sou um bom gestor e tenho orgulho na obra que deixo nas Furnas, onde, para além do rico património, 50% das receitas da Junta de Freguesia são receitas próprias, ao contrário do meu adversário que é também responsável pelo endividamento da Câmara.
Ele é um homem da máquina partidária. Sabemos que as máquinas partidárias movem-se através da amizade assente na fidelidade política. Eu não estou na política por qualquer interesse pessoal.
In Jornal Correio dos Açores, 2 de Agosto de 2013
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