Em plena Vila da Povoação no
cruzamento entre a subida para a estrada da Lomba do Loução, Alcaide e Bairro
da Caridade existe um bonito nicho religioso em que alberga a imagem sagrada de
Nossa Senhora da Conceição – Padroeira de Portugal.
É de salutar o brio e fé
das pessoas responsáveis pela sua manutenção e enfeite, pois este nicho
encontra-se sempre muito bem ornamentado como documentam as fotos. É motivo de
curiosidade por parte de quem nos visita e é sem dúvida parte integrante da
nossa história e religiosidade sendo a sua preservação e manutenção um orgulho
para todos os povoacenses.
Parabéns aos povoacenses
responsáveis!
História
de Nª Sr.ª da Conceição
O acto da proclamação de
Nossa Senhora da Conceição como Padroeira de Portugal, efectuado com a maior
solenidade pelo monarca a 25 de Março desse ano (1646), alargou-se a todo o
País, com o povo, à noite, a entoar cânticos de júbilo pelas ruas, para
celebrar a Conceição imaculada da Virgem, ou, mais precisamente, a Maternidade
Divina de Maria. Assim se tornou Nossa Senhora a verdadeira Soberana de
Portugal, não voltando por isso, desde aí, nenhum dos nossos reis a ostentar a
coroa, direito que passou a pertencer apenas à Excelsa Rainha, Mãe de Deus.
Outros reis seus
sucessores continuaram a tradição deste culto de homenagem a Nossa Senhora,
caso de D. João V, em 1717, que recomenda a todas as igrejas a celebração anual
com pompa e solenidade da Festa da Imaculada Conceição, enquanto D. João VI
emite um decreto criando a Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila
Viçosa e a Cabeça da Ordem (lugar principal) na Sua Real Capela.
D. Luís I, oficializa, por
sua vez, em 1854, a bula Ineffabilis Deus, do papa Pio IX (se bem que, por
motivos políticos, o beneplácito régio só venha a concretizar-se um ano
depois), comemorada no dia 8 de Dezembro de 1855 com solenes festividades, a
assinalar o primeiro aniversário da Definição do Dogma, comunicado ao Mundo um
ano antes pelo papa.
As festividades à Virgem
terão surgido, inicialmente, no Oriente, nos finais do século VII ou inícios do
século VIII, embora somente nos princípios do século XII a devoção se expanda
progressiva e definitivamente por todo o mundo cristão – até aqui com as
opiniões dos teólogos divididas entre o prodígio do Nascimento de Cristo e a
Santificação da Bem-Aventurada Virgem Maria (defendida pelos dominicanos).
A partir de 1310 o culto à
Imaculada Conceição começa a ser largamente difundido nas dioceses portuguesas
da Guarda, Lamego, Évora e Lisboa, com a adesão de Braga a verificar-se em
1325.
Sisto IV proclama, por seu
turno, que seja celebrada em todas as igrejas o Ofício e Missa da Puríssima
Conceição, enquanto diversos papas (Paulo V, Gregório XIV, Alexandre VIII e
Clemente IX, entre outros pontífices) exaltaram a remotíssima «devoção à pureza
e santidade da Virgem Santíssima, concebida sem mácula do pecado original – a
Filha do Eterno, a Mãe de Jesus, a Esposa e o Templo do Espírito Santo».
Feriado nacional e dia
santo de guarda, a data de 8 de Dezembro constitui-se como um dia de festa
religiosa, associada durante muitos anos à celebração mundial do Dia da Mãe,
actualmente comemorado no primeiro domingo do mês de Maio.
Soledade Martinho Costa
Do livro “Festas e
Tradições Portuguesas”, Vol.VIII
Ed. Círculo de Leitores
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