O
espetáculo a decorrer no Auditório Municipal terá também uma vertente solidária
e todas as pessoas participantes no evento serão convidadas a contribuir monetariamente,
de livre vontade, com o que puderem a favor das vítimas do Faial da Terra. Esta
será mais uma forma de solidariedade para uma causa que a todos nós nos comoveu e
tocou.

O
Fim da ditadura
Há vinte anos, em vésperas
do 25 de Abril, Portugal era um país anacrónico. Último império colonial do
mundo ocidental, travava uma guerra em três frentes africanas solidamente
apoiadas pelo Terceiro Mundo e fazia face a sucessivas condenações nas Nações
Unidas e à incomodidade dos seus tradicionais aliados.
Para os jovens de hoje
será talvez difícil imaginar o que era viver neste Portugal de há vinte anos,
onde era rara a família que não tinha alguém a combater em África, o serviço
militar durava quatro anos, a expressão pública de opiniões contra o regime e contra
a guerra era severamente reprimida pelos aparelhos censório e policial, os partidos
e movimentos políticos se encontravam proibidos, as prisões políticas cheias, os
líderes oposicionistas exilados, os sindicatos fortemente controlados, a greve interdita,
o despedimento facilitado, a vida cultural apertadamente vigiada.

Os acontecimentos deste
dia revelam que o Movimento das Forças
Armadas estava organizado e que era mais do que uma organização corporativista.
Os militares da Revolução preconizaram um momento da História Portuguesa, com
milhares de outros protagonistas anónimos.
Situações impossíveis
apenas 24 horas antes, marcaram os derradeiros momentos do Estado Novo.
Imaginemos o Terreiro do Paço entre as 8 e as 11 da manhã, o Largo do Carmo ao
meio-dia, e, mesmo, a tensão vivida na António Maria Cardoso durante toda a tarde.
Foi a Revolução dos Cravos.
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