Ainda ecoa nos meus ouvidos este conselho que
o meu querido e saudoso pai, António Aguiar de Medeiros, me deu: “Meu filho, a
verdade acima de tudo, mesmo que seja contra teu pai”. Graças a Deus, nunca foi
necessário servir-me deste conselho contra meu pai. Nem ele merecia tal
afronta, pois a sua vida foi sempre exemplar até à hora da morte.
Já o mesmo não posso afirmar quanto a
alguns comentários feitos à notícia publicada no Jornal O Portal da Ilha, relativamente ao pedido de demissão da Direcção
da Fundação Maria Isabel do Carmo Medeiros.
Na minha opinião, alguns comentadores não
se preocuparam por colocar a VERDADE ACIMA DE TUDO, pois pareciam mais
preocupados em atingir o(s) demissionário(s), do que defender a verdade.
Explico-me:
1. Um dos comentadores sentiu-se “na
obrigação de em primeiro lugar agradecer ao Portal da Ilha por informar
publicamente aquilo que já se sabia através de apenas algumas confidências, e
que afinal já deveria ter sido anunciado há dois meses e em sedes próprias”.
Convém que se saiba que este comentador tem
assento próprio num dos órgãos da Instituição e que não só não comparece às
reuniões, como nunca se faz representar. Ou seja, a decisão dos membros da
Direcção da Fundação, já tinha sido comunicada, em “sede própria” e
atempadamente. Se o senhor que comentou a notícia tivesse cumprido o seu dever, ou se tivesse feito representar, saberia tudo o que se estava a passar
na vida da Instituição. Assim sendo, só não foi informado em primeira mão,
porque não se dignou corresponder às convocatórias que, em tempo, lhe foram
dirigidas pela posição que ocupa na sociedade.
O mesmo senhor aproveitou o
momento “para felicitar e agradecer
apenas aqueles que deram o seu contributo e trabalho em prol da instituição
voluntariamente e sem qualquer contrapartida ao longo dos anos. A esses um bem
haja e os maiores sucessos aos que venham a ser nomeados e que o aceitem como
uma missão a exercer em prol da nossa Ouvidoria e de todas as pessoas que ali
ganham o seu sustento e das suas famílias”(sic). Não percebi. Mas também
não perco muito por não perceber.
Acima de tudo a verdade. Não me parece que foi isto
que aconteceu e, infelizmente, já não foi a primeira vez.
Bem diferente foi a posição
de outra pessoa que comentou, mas que tinha participado em todas as reuniões para
que era convocada. Essa acolheu a notícia com tristeza e espera “que quem vier ocupar seu lugar tenha os
mesmos princípios e que a Escola e os alunos continuem a evoluir como até hoje
se tem feito. Assim, desejo ao Dr. Pe. Octávio de Medeiros tudo de bom e com
saúde e que a sua passagem pela Escola Profissional não seja esquecida. Amigo
de todos e respeitado por todos, bem-haja” (sic).
2. Outro comentador que,
segundo a minha opinião, não se preocupou com a verdade acima de tudo, foi
aquele que, sistematicamente, ignora, propositadamente – o que é de lamentar – tudo
o que se refere à vida da Instituição, a Fundação Maria Isabel do Carmo
Medeiros, a cuja Direcção pertenceu. Não consigo compreender a confusão que lhe
vai na cabeça. O desconhecimento que revela acerca da vida desta Instituição é
de bradar aos céus e não encontra justificação possível.
Para que a Verdade esteja acima de tudo,
sinto-me no dever de informar este senhor do seguinte:
a). Não encontrei os Estatutos (assumo que pode ser culpa minha)
nos quais se diz que “o […] Presidente seria sempre o Ouvidor” e que na sua
alteração em 1985 (?), se manteve este princípio. Isto não está correcto. Com
efeito, no número 2 do Artigo 8.º da revisão dos Estatutos de 25 de Novembro de 1986 lê-se: “O
Presidente será nomeado pelo Prelado Diocesano. Os restantes membros que fazem
parte da Direcção, serão indicados pelo Presidente, mas carecem da confirmação
do Prelado Diocesano”.
b). A Direcção a seguir ao Padre José Fernandes, que aquele
senhor diz não saber “por que motivo nem
intenção, alterou-o para poder ser
possível um civil o poder exercer”. No
meu intender mal mas é o que consta nos Estatutos actuais (sic).
Com toda a franqueza, não sei a que se refere. Não só não corresponde
à verdade, como revela uma ignorância, ou má-fé que não são admissíveis numa
pessoa que teve responsabilidades na Instituição.
c). Sinto-me no dever de informar este senhor que, não foi a
Direcção da Fundação, depois do senhor Padre José Fernandes, que alterou os
Estatutos de forma a “proibir” [para não dizer, “expulsar”] os sacerdotes da
Ouvidoria da Direcção da mesma Fundação. Esta é, caro senhor, mais uma “IGNORÂNCIA
INDESCULPÁVEL”, sobretudo tratando-se de uma pessoa que teve responsabilidades
na Instituição.
Aliás, é sempre uma atrás de outra. Veja-se, por exemplo, este
escrito: “Se os Estatutos
actuais não constam, que o futuro Presidente da Fundação possa ser um civil,
então, está criado um problema maior”
(sic). Mas qual é o problema se a Fundação sempre se tem regido pelos Estatutos
e sem qualquer problema. Convença-se de uma coisa apenas: o PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO É NOMEADO PELO PRELADO DIOCESANO. Pergunta “Quem poderá vir a ser o novo Presidente?
Aquele que o Senhor Bispo nomear. Ponto parágrafo. Os Estatutos apenas são
omissos na sua cabeça.
d). Mais ainda, caro Senhor, se a Instituição Fundação Maria
Isabel do Carmo Medeiros se encontra “numa
situação muito difícil e pode mesmo vir a extinguir-se” (sic), quero que
saiba, de uma vez por todas, que não é por incúria ou má gestão das Direcções
presididas pelo ainda Presidente, Pe. Octávio.
e). As minhas Direcções estão totalmente disponíveis para
esclarecer V. Ex.cia sobre a gestão efectuada durante os nossos mandatos
(2010-2018).
f). Para sua elucidação, aconselhava-o a consultar os Pareceres
dos Conselhos Fiscal e Geral, desde que, para tal, solicite a necessária autorização
por escrito.
g). Pessoalmente, quero
manifestar-lhe a minha total disponibilidade, embora não lhe reconheça, actualmente,
nenhum direito estatutário para o efeito.
Povoação e Sede da Fundação Maria Isabel do
Carmo Medeiros, 22 de Agosto de 2018
(Presidente)
Povoação, domingo, 2 de setembro de 2018.
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