De
quando em vez vou da Povoação a Ponta Delgada de autocarro, ao passar o mesmo
em Água de Pau numa das paragens entrou uma Sr.ª Idosa que a todos cumprimentou
com o usual bom dia logo depois: Posso-me sentar a seu lado? Retorqui: Faço
favor, o autocarro é de todos nós…
Não
podemos vender e a nossa parte! Sorriu a Sr.ª e tagarela, como eu sou,
contou-me parte da sua vida… Tempos depois encontrei a Sr.ª em situação quase
idêntica interroguei a Sr.ª se o marido ia melhor …
Arregalou
os olhos e a boca escancarou e disse… Como é que o Sr. sabe? Respondi-lhe,
porque a Sr.ª a mim se confessou… Atrapalhada, a Sr.ª disse, desculpe Sr.ª
Padre… eu não sabia, o Sr. com a atrapalhação da Sr.ª riu e duas passageiras
que iam no banco de trás... Lá expliquei à Sr.ª que tinha coroa aberta por ser
careca e que não era padre e que tinha sido a Sr.ª a informar-me da doença do
marido… Respirou a Sr.ª de alívio mas tagarelou pouco… Neste mesmo dia fui ao
hospital visitar uma prima e encontrei pessoa amiga que foi visitar o marido
internado na Neurocirurgia. Não sabe ler esta minha amiga pediu-me que a acompanhasse
para a orientar, p’lo caminho encontramos uma moça de Sta Maria que o marido
ali estava internado devido a um acidente de trabalho… Ao chegar-mos ao local
interrogou uma enfermeira a minha amiga… Vens ver o teu home? Ai venho querida…
Deixas-me entrar? Deixo e também esta moça de Sta Maria este Sr. não, ainda não
está na hora da visita… Insistiu a minha amiga… Há querida deixa-lhe entrar,
ele é um home de Nosso Senhor… retorqui a enfermeira se é de Nossa Senhor ele
não está aqui, ele que o vaia procurar por ai… Achei graça ao dito da
enfermeira dei meia volta e encontrei Nossa Senhor em outros doentes que
visitei.
Benjamim
do Carmo
Povoação,
domingo, 24 de setembro de 2017.
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