Faltam
2 dias para se dar início a mais um Colóquio Nacional do Milho, que se realiza
pela primeira vez na Região Autónoma dos Açores, a 18 e 19 de Fevereiro. A
adesão foi enorme, e a lotação da sala do Hotel Açores Atlântico, em Ponta
Delgada, estará esgotada!
São
mais de 300 pessoas que se deslocam do Continente e de várias ilhas açorianas
para ouvir especialistas nacionais e internacionais sobre temas de extrema
importância, como os Mercados Mundiais do Leite e do Milho Grão e os Desafios
Técnicos da Produção de Milho Silagem em Portugal.
A
ANPROMIS-Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo empreende mais uma
vez esta grande iniciativa, que tem contribuído para reforçar a notoriedade do
setor do milho em Portugal e para dar voz às aspirações e preocupações dos
agentes desta Fileira.
«A
escolha dos Açores para a realização do 8ª Colóquio Nacional do Milho constitui
uma aposta da ANPROMIS, dado ser uma região onde a área de milho tem crescido
nos últimos anos, desempenhando um papel fundamental como base da alimentação
do efectivo leiteiro local. Por outro lado, tendo em conta os desafios que as
Fileiras nacional e regional do milho e do leite enfrentam, neste período de
grandes incertezas, julgamos que é fundamental existir uma união de esforços de
todos os agentes envolvidos, com vista ao reforço da competitividade da nossa
atividade enquanto produtores», afirma Luís Vasconcellos e Souza, presidente da
Anpromis.
A
Secretária Regional de Agricultura e Ambiente dos Açores junta-se à ANPROMIS
como coorganizador do evento. ««Em boa hora decidiu a ANPROMIS realizar nos
Açores o 8º Colóquio Nacional do Milho. É com todo o interesse e empenho que o
Governo dos Açores se associa a esta iniciativa, fazendo desde já votos de boas
vindas e de um profícuo trabalho», afirma Luís Neto Viveiros, titular da pasta
da Agricultura no Governo regional. «Relevo a importância da cultura do milho
para o autoabastecimento das explorações agropecuárias açorianas,
constituindo-se como um fator redutor da dependência do exterior e dos custos
de produção, e que potencia a capacidade produtiva, particularmente no âmbito
da produção leiteira. Recordo que os Açores asseguram cerca de 30 % da produção
nacional de leite em apenas pouco mais de 2% do seu território», conclui.
A
Associação Agrícola de São Miguel, que também é parceira na organização do
Colóquio, considera, nas palavras do seu presidente, Jorge Rita, que este «será
um grande evento para os agricultores dos Açores, pela oportunidade que terão
de debater temas de interesse com pessoas e entidades do setor do milho a nível
nacional e internacional, o que certamente ajudará a potenciar a fileira
açoriana do milho, que nos últimos anos registou um crescimento substancial».
Milho é catalisador da economia
açoriana
O
Colóquio fará uma análise da situação atual e das perspetivas futuras do
Mercado Mundial do Leite, cerca de um ano após o fim do regime das quotas leiteiras,
medida comunitária que tornou a situação dos produtores portugueses
particularmente vulnerável. Só na Região Autónoma dos Açores, estima-se que os
produtores de leite tenham perdido cerca de 30 milhões de euros, em 2015, por
via do fim das quotas e consequente desvalorização dos preços do leite.
Neste
contexto, o Governo Regional dos Açores anunciou um pacote de medidas no valor
global de cerca de 5 milhões de euros destinados a apoiar os agricultores
açorianos, que inclui um plano de reestruturação do setor leiteiro, com apoios
à saída da atividade dos produtores de leite, incentivando o rejuvenescimento e
emparcelamento do setor, bem como a comparticipação dos custos financeiros do
endividamento contraído pelos agricultores açorianos junto da banca, e, ainda,
o reforço do prémio à vaca leiteira em 2015, que passa a ser de 190 euros em
todas as ilhas, numa medida extensiva a 2016.
«Sabendo
que por si só esta medida não resolve o problema de setor leiteiro, é, no
entanto, uma ajuda interessante que beneficiará cerca de 80% dos agricultores
dos Açores», considera Jorge Rita, sublinhando a urgência de uma estratégia de
promoção do leite de origem nacional e regional, tanto em Portugal como nos
mercados externos. O aumento das exportações de leite é um desígnio para os
agricultores da região que «deve ser trabalhado de forma persistente e
consistente no sentido de conquistar novos mercados que valorizem a excelência
do nosso leite e derivados», conclui o responsável associativo.
Na
campanha de 2015 cultivou-se no Arquipélago dos Açores mais de 11 mil hectares
de milho para silagem, indicador bem demonstrativo da importância que a cultura
tem na Região, constituindo-se como um importante catalisador da sua economia.
O setor do leite representa 75% do valor da agricultura açoriana.
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