A
Eurodeputada Sofia Ribeiro defendeu, no âmbito de uma Audição Pública promovida
pelo Partido Popular Europeu (maior grupo político) no Parlamento Europeu, em Bruxelas,
o sector do leite dos Açores e falou sobre "a enorme pressão que os
agricultores dos Açores têm sentido no preço do leite e na sua produção, desde
o final de 2014".
A audição
intitulada "O futuro do sector do leite europeu: que instrumentos são
necessários para lidar com as crises no sector?" contou com a participação
do Comissário da Agricultura, com o Presidente da Comissão de Agricultura do
Parlamento Europeu e de vários peritos que apresentaram a sua visão sobre a
crise no sector e as possíveis saídas. Sofia Ribeiro partilhou na sua
intervenção a situação concreta dos produtores de leite dos Açores, afirmando
que "só em 2015, os prejuízos para o sector nos Açores estão
estimados em 30 milhões de euros e o preço do leite pago em 2015 é, para muitas
explorações e produtores, abaixo do custo de produção e muito longe dos valores
médios europeus e isto exige respostas por parte da União", tendo
prosseguido “pela primeira vez na história da União, a Agricultura
não tem o maior orçamento e isto deveria preocupar-nos a todos, pela diminuição
do peso da agricultura nas decisões europeias”.
A
eurodeputada frisou ainda que o embargo russo e o fim das quotas leiteiras são
os principais fatores que levaram às atuais dificuldades sentidas no
sector. “A Rússia não era um parceiro comercial privilegiado do meu
país, mas o efeito em catadupa de inundação dos mercados agrícolas europeus
criou uma enorme pressão juntos dos produtores, que viram os seus rendimentos
diminuírem abruptamente”, explicou Sofia Ribeiro, para quem “a
Agricultura, principalmente o setor do leite e da carne são muitas vezes os
parentes pobres dos grandes acordos internacionais e da diplomacia europeia”.
A finalizar a
sua intervenção, Sofia Ribeiro afirmou que “não há alternativas à
produção de leite nos Açores, e o nosso leite apresenta muita qualidade e
abastece grandes marcas nacionais e internacionais que já ameaçam sair da
Região. Há que agir rapidamente, pelo que proponho que a Comissão lance uma
iniciativa que possa rebater as campanhas negativas sobre o leite, a sua
produção e a sua ingestão, esclarecendo os seus benefícios, recusando a
substituição do leite pelas bebidas de soja ou outras e incentivando o seu
consumo no mercado europeu. Não podemos continuar a assistir a esta campanha de
difamação e de ataque ao leite e a um sector, levando a que muitos deixem de o
consumir, com graves prejuízos para os nossos agricultores".
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