Partidos da oposição nos Açores contestam taxa
turística na lagoa das Furnas
A
maioria dos partidos com assento parlamentar na Assembleia Legislativa dos
Açores discorda da aplicação de taxas turísticas no acesso à lagoa da Furnas,
em São Miguel.
O
assunto foi hoje discutido no parlamento açoriano, na sequência da apresentação
de uma petição subscrita por mais de 1.200 pessoas e que contesta a aplicação
destas taxas por parte da Câmara Municipal da Povoação, onde se localiza a
lagoa.
"Somos
contra o pagamento de um cêntimo que seja para ver uma paisagem que é de
todos", insistiu Paulo Estêvão, deputado do PPM, um dos mais críticos em
relação à introdução de taxas turísticas no arquipélago.
Zuraida
Soares, do Bloco de Esquerda, também contestou a medida e lamentou que outros
espaços turísticos atualmente públicos, como a lagoa das Sete Cidades ou a
praia da Milícias, passem a ser taxados.
Também
Graça Silveira, do CDS, entende que as taxas devem ser "abolidas",
por, no seu entender, não fazer sentido serem aplicadas em alguns locais e
noutros não, enquanto Aníbal Pires, do PCP, admite que possam ser criadas
regras nos acessos a pontos turísticos, "mas taxas não".
A
deputada socialista Benilde Oliveira lembrou, no entanto, que a Câmara da
Povoação, liderada pelo PS, criou a taxa turística nas Furnas para fazer face a
dificuldades financeiras e estranhou que a oposição não conteste uma taxa
semelhante criada pela Câmara da Ribeira Grande, presidida pelo PSD, no acesso
à Caldeira Velha.
"Afinal,
o problema qual é? Será do concelho, será da cor da Câmara ou será do
PSD?", questionou a deputada socialista, acrescentando em inglês: "Make up your minds [decidam-se], senhores".
A frase motivou risos no parlamento.
Jorge
Macedo, da bancada do PSD, entende que o seu partido é a favor da regra do
utilizador/pagador, mas ressalvou que "uma coisa é cobrar por um serviço,
outra coisa é cobrar para ver a paisagem, que é de todos".
Independentemente
da discussão parlamentar, a aplicação de taxas na lagoa das Furnas é uma
competência da autarquia povoacense e, como tal, os deputados não podem alterar
a medida.
Fonte:
Lusa/AO Online / Regional / 18 de Fev de 2016
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