É
carnaval!...
E
lá vai o mascarado
Vestindo
um gibão,
Há
muito fechado
Avaramente,
Num
velho bolorento
Guarda-fato…
Um
velho gibão,
Bolorento,
Que
exalta bafio…
E
tanta,
Tanta
gente
Morrendo,
Morrendo
de frio…
É
Carnaval!...
E
lá vai o mascarado…
O
rosto enfarinhado…
É
branca a farinha,
Farinha
Que
mancha
O
próprio gibão…
E
tanta,
Tanta
boquinha
Faminta,
Faminta…
e sem pão!
É
Carnaval!...
Pereça
a tristeza…
Que
morra o tormento…
Afunde-se
o mal…
Esmague-se
a dor,
Num
mar de alegria…
Efémera
alegria,
Nascida
na graça
Que
apenas vive
O
breve momento
Da
hora que passa!...
É
Carnaval!...
Nos
salões ou na rua,
Por
onde passou,
Apenas
deixou
Vínculos
tristes
Da
sua loucura…
…E
a vida continua
Dura,
Na
sua realidade
Crua,
Na
sua eterna verdade!...
Poema
de: Lopes de Araújo (pai)
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