Luís
Alberto Melo Linhares de Deus
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Há certas ocasiões nas
nossas vidas que nos fazem lembrar de muitas coisas que nos aconteceram no
passado e que jamais esquecerá, recordações e muitas saudades de alguém que fez
parte do meu grupo de amigos de longa data, ou seja, de carteira.
São memórias que nunca
deveriam ser esquecidas, porque elas é que nos fazem ter acesso ao passado e
são essas lembranças que nos fazem sentir que valeu a pena vivermos a nossa
vida.
Eu tive o meu grupo de
amigos desde a infância e tenho alguns ainda na presente data, apesar de alguns
já terem feito a sua grande viagem, uns bastante novinhos e outros com mais
alguma idade, mas nem por isso deixam de ser amigos.
Um grupo de amigos do
futebol, dos escuteiros, dos nossos passeios, de levar ao campo o almoço aos
nossos pais, enfim…
Falo de um grande amigo
Luís Alberto Melo Linhares de Deus,
nasceu a 24 de outubro de 1962 no seio de uma família pobre e muita honesta e
de grande humildade. Era um amigo dos amigos…um amigo brincalhão e divertido.
Na altura, ou seja, decorria o ano de 1976, mais concretamente os meses de
Julho, Agosto ou mesmo Setembro ele questionáva-nos muitas vezes, a mim como
os outros colegas do grupo, ele tinha e insistia com uma certa curiosidade quem
era o último a encerrar os portões do cemitério? E isto porquê? Porque na
altura já estava quase pronto a ser inaugurado a construção de um novo
cemitério dentro da própria localidade, visto que o outro ficava/fica no cimo
da montanha (ao lado de onde decorreu os desabamentos de terras que deu origem
à catástrofe (Ribeira Quente)) e era de uma subida muito íngreme, intensa e difícil de ser
levado o falecido até lá acima.
Ainda, atualmente, continuo
recordando os nossos tempos de infância, em que não tínhamos preocupação e
brincávamos até à exaustão, uma pura e honesta amizade que vivíamos como se de
família se tratasse, ficará eternamente guardada essa amizade no meu coração,
querido amigo Luís.
Eu sei, que é uma
certeza que nasce com todos nós, a de que um dia partiremos desta vida rumo ao
desconhecido, rumo á tal grande viagem sem bilhete de regresso. Mas pouco
importa quanto sabemos, quanto esperamos e tememos esse adeus definitivo, e
quando ele bate à nossa porta de forma inesperada e leva uma pessoa que nos é
querida, o choque é tremendo e horrível.
É terrível dizer adeus,
é triste e doloroso, e multiplicado até ao infinito quando esse será eterno,
quando tomamos consciência que jamais voltaremos a encontrar essa pessoa.
E foi assim meu bom e
grande amigo Luís, deixaste-nos no dia 27 de outubro de 1976, com apenas 14
anos de idade de uma doença “ureia no sangue”, foi muito triste receber essa
trágica notícia, mas contudo, ainda recordo-me com muitas saudades as boas
lembranças da nossa amizade, porque foram tantas as lembranças, tantas as
brincadeiras, uma amizade sincera e podemos dizer que são poucas as amizades de
verdade. Tu, meu amigo Luís, apesar de já ter sido há alguns anos em que nos
deixaste ficaste na minha memória para sempre, é uma ferida incurável.
Foram os bons momentos
de nossa infância que nos deixaram saudades, ainda eu tenho ou continua na
“retina” e mente a tua imagem que para sempre guardarei junto com tudo o que se passou. Tenho a
certeza de que em algum lugar ficará guardado o nosso tempo, mesmo que seja
como um sonho vivido.
Que seja eterna e
verdadeira... a nossa eterna amizade, porque afinal, foste tu meu amigo Luís,
que fechastes definitivamente os portões do tal cemitério em 27 de outubro do
mesmo ano (1976).
Saudades Eternas meu
amigo!
Por: João Costa
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