Amiga Anabela
Lembro-me bem de ti quando chegaste. Estavas insegura sobre o que seria
o futuro nesta terra, então, desconhecida, mas segura e determinada no
propósito de atingires a tua estabilidade profissional e assegurares o melhor
para os teus filhos. Tinhas contigo a Joana e o Diogo, lembras-te? E não
descansaste enquanto não reuniste a família: logo a seguir veio o Paulo
(teu marido) e depois o teu filho Carlos. Mais tarde nasceu o Bernardo.
Foste uma lutadora... Lutaste e conseguiste construir uma família linda
e alguma estabilidade na vida. Tinhas tudo para ser feliz, mas foste atraiçoada
pela doença!
Sou testemunha da grande mulher e mãe que sempre foste. Foste?! Não! Acredito
que vais continuar a ser, pois lá do alto do Céu irás iluminar sempre o caminho
de todos os que amas e que agora choram a tua perda.
A tua curta passagem pela vida não ficou marcada apenas pelo teu núcleo familiar.
Também foste uma excelente profissional, colega e amiga. Foram muitos os
momentos de trabalho partilhados lado a lado e que todos recordaremos com
tantas saudades!
A tua dedicação e empenho eram visíveis e o carinho dado às crianças
inesquecível. Valeu a pena, Anabela, porque tudo te era retribuído pelo
fascínio e admiração que as crianças sentiam por ti. Tu deste um forte
contributo para a formação de muitas crianças povoacences e, certamente, que
serás sempre lembrada com respeito e carinho por todas elas.
A tua passagem por aqui marcou para a vida algumas gerações. É possível,
até, que a tua história passe de pais para filhos e que passes a fazer
parte não só do passado mas também do presente das gerações vindouras.
Ficarás nos nossos corações e na nossa
memória para sempre.
Foi bom, muito bom enquanto te tivemos junto a nós e é triste, mesmo
muito triste termos de nos despedir.
A Povoação perde um excelente ser humano e a nossa escola ficará triste
e gelada sem a tua boa disposição e o teu sorriso. Alunos, professores,
educadoras e assistentes operacionais choram, agora com a tua ausência.
Até aqui, alimentámos sempre a esperança de que um dia ias voltar. Hoje
sabemos que não voltaremos a ter a tua presença física. Contudo, sempre que
entrarmos na tua sala todas as recordações serão despertadas em nós e a saudade
irá apertar. Talvez uma lágrima tente rolar pela face de nossos rostos, mas aí
pediremos conforto a Deus e acreditaremos que um dia nos iremos encontrar no Reino
do Céu.
Até um dia, Anabela
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