Direitos
humanos, diversidade nos currículos escolares, racismo, preconceito e
discriminação, diálogo multicultural e intercultural estiveram hoje presentes
em discussão na Assembleia Legislativa pelos “parlamentares” do Ensino Básico.
As
escolas devem assumir responsabilidades na dinamização da aceitação das
diferenças e na mudança de mentalidades – defenderam os alunos. Prover as
escolas de estruturas de acesso a todos os jovens, independentemente das suas
dificuldades, e construir uma sociedade mais justa e mais digna, com escolas
promotoras de igualdade social foi o mote das mais diversas propostas e do
empenho dos alunos no debate.
A
escola tem um papel importante no combate à discriminação pelo que deve criar
medidas como gabinetes de acolhimento aos alunos estrangeiros, e de apoio às
suas dificuldades, a figura do tutor para acompanhar e mediar casos de
injustiça, fazer campanhas de sensibilização, incentivar sessões artísticas e
grupos de apoio, leituras, vídeos, convívios e intercâmbios multiculturais,
medidas de inclusão penalizadoras para o racismo, a discriminação, a
marginalização e o assédio.
Estas
foram algumas das muitas propostas que ficaram registadas para a mudança que os
jovens pretendem na sociedade atual e cujos objetivos são: estimular o respeito
pela diferença e pelas minorias, reforçar as relações interculturais, partilhar
saberes.
A
atualidade no mundo também marcou o debate. A globalização, os ataques
terroristas, as migrações, os refugiados e a urgência de medidas políticas para
combater o seu drama na Europa foram referidas bem como a necessidade de
incutir nas instituições e nas empresas uma supervisão competente para garantir
a igualdade também na área laboral; sublinhado foi ainda o interesse de
gabinetes de apoio aos imigrantes nas autarquias.
Os
jovens recordaram também o pensamento de Nelson Mandela: “Ninguém nasce odiando
outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas
podem ser ensinadas a amar.”
“Todos
somos iguais no meio das diferenças. Propomos eliminar o racismo e celebrar o
multiculturalismo. O sonho de igualdade é de certeza o sonho de muitos de nós –
concluiu uma aluna, sintetizando o pensamento estruturante de todo o debate.
As
escolas eleitas, que irão representar a RAA na sessão nacional do Parlamento
dos Jovens do Ensino Básico, foram Vitorino Nemésio (Terceira), Jerónimo
Emiliano de Andrade (Terceira), Cardeal Costa Nunes (Pico), Ribeira Grande (São
Miguel) e a porta-voz eleita será a aluna Ana Fagundes da Escola Secundária
Vitorino Nemésio (Terceira).
“Eutanásia”
foi o tema vencedor nos Açores para a próxima edição, sob proposta da Escola
Básica e Secundária Padre Maurício de Freitas (Flores).
Horta,
22 de fevereiro de 2016.
Fonte: ALRAA
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