Carlos
Sousa, natural da Povoação, actualmente a fazer um Mestrado em Educação Musical
na Escola Superior de Educação do Porto, acaba de ganhar o concurso “Criação da
Música Hino para Santa Cruz”, da ilha da Madeira.
O
nosso conterrâneo, que já colaborou com inúmeras filarmónicas do nosso
arquipélago, da Madeira e até do continente, bem como com a Orquestra Regional
Lira Açoriana, Orquestra Ligeira da Câmara Municipal da Povoação e Orquestra Ligeira
de Ponta Delgada, irá deslocar-se àquele Município, onde no dia 25 de Junho
será feito a apresentação oficial do hino com todas as bandas e coros do
Concelho de Santa Cruz, sob a sua regência, numa sessão solene do Dia do
Concelho e em homenagem ao Maestro Eduardo Gama.
Entretanto,
no próximo dia 29 de Maio, será feita a pré apresentação da composição musical vencedora
do concurso, com partitura para banda e coro a quatro vozes, com o coro da
Escola de Santa Cruz.
Na
área da composição, Carlos Sousa já ganhara o prémio de melhor composição
infantil em Galas de Pequenos Cantores Caravela D`Ouro da Povoação e tem acompanhado
de perto este festival, mesmo estando fora a estudar.
Para
além de compor para o festival, já compôs para bandas filarmónicas e
influenciado pela Banda Militar, gosta muito de compor marchas, designadamente duas
marchas de aniversário para a Banda Paroquial de São Lourenço – Camacha –
Madeira, para a Banda do Faial da Terra, algumas marchas de São João para a
Mordomia de Nª.
Sra.
Dos Remédios, e recentemente foi-lhe encomendada uma marcha para o Festival de
Bandas Filarmónicas da Madeira.
Como
executante de trombone é de destacar um concerto que realizou com a Banda
Militar dos Açores, no Teatro Micaelense em parceria com o Grupo Coral de São
José. A banda militar tem vindo nos últimos tempos a presentear-nos com
excelentes concertos, com excelente reportório sob a direcção do seu actual
maestro, Sargento-chefe João Higino Oliveira.
Carlos
Sousa destaca na sua carreira como Tubista um concerto que realizou com a Orquestra
Regional Lira Açoriana em 2007, no Teatro Micaelense. A Orquestra Regional nesse
ano tinha atingido um excelente nível dentro do contexto regional. Para que
isso fosse possível, foi necessário um trabalho contínuo do Maestro António
Melo, coordenadores de ilha e também de todos os músicos. Infelizmente, a
Orquestra Regional já não existe, pelo que Carlos Sousa tem manifestado o seu
descontentamento pela forma “cruel” com que o Director Regional da Cultura
terminou com o projecto.
Este
músico açoriano é apologista da formação e acha que os músicos das filarmónicas
açorianas devem ter a oportunidade de recebê-la. Pena é que nem todos os jovens
sejam tratados por igual nestes novos moldes em que se está a formar ou formou
a nova orquestra. Desde logo, porque nem todas as filarmónicas receberam a
convocatória para provas de admissão à Lira Açoriana, o que é discriminatório.
Tendo em conta que a Lira Açoriana é “patrocinada” pelo Governo Regional dos
Açores, dever-se-ia, no seu entendimento ter dado a todas as bandas a
oportunidade dos seus músicos poderem prestar provas.
Considerou,
por outro lado, pouco ético por parte da Direcção Regional da Cultura o facto
de ter acabado com o projecto da antiga orquestra e nem sem sequer se deu ao
trabalho de informar os músicos que não fariam parte do novo projecto.
Alguns
dos músicos da Lira desde a sua fundação e que aquando os seus estágios
utilizavam os seus dias de férias para poderem estar presentes nesses estágios
da orquestra, mereciam e merecem mais respeito por parte de quem acabou com o
antigo projecto.
Enquanto
maestro, Carlos Sousa enfatiza o concerto com a Banda do Faial da Terra quando
participou no primeiro concurso de bandas filarmónicas - Filarmonia da Antena
1.
Uma
simples filarmónica que vinha de uma pequena freguesia como o Faial da Terra
com cerca de 350 habitantes, fez “estremecer” o Coliseu Micaelense e a partir
daí começou a ser vista com outros olhos no mundo das filarmónicas da Região.
Por
António Pedro Costa
In,
Jornal Correio dos Açores, 22 de maio de 2015
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