O Maestro Carlos Sousa é natural da Freguesia de Nossa Senhora dos Remédios,
Povoação e, actualmente, encontra-se a fazer o Mestrado em Educação Musical na Escola
Superior de Educação do Porto. Já colaborou com inúmeras
filarmónicas do nosso arquipélago, da Madeira e até do continente, bem como com
a Orquestra Regional Lira Açoriana, Orquestra Ligeira da Câmara Municipal da
Povoação e Orquestra Ligeira de Ponta Delgada. O Maestro “espera que, um dia,
os Açores possam dar aos seus jovens músicos a oportunidade de se formarem como
músicos num ensino superior sem ser preciso sair da Região”.
A sua paixão pela
música começou quando ainda era criança. Por altura das Domingas, gostava muito
de ouvir a banda da sua terra nas procissões e, muitas das vezes, em vez de se incorporar
na procissão, colocava-se atrás da banda a ‘marcar o passo’ com os músicos. Inscreveu-se
na escola de música da Filarmónica União e Amizade da Lomba do Loução e aí teve
as suas primeiras aulas de solfejo com o senhor António Adriano que, na altura,
era maestro daquela centenária instituição. A primeira vez que pisou um palco a
sério foi em 2004 com a Orquestra Regional Lira Açoriana no Teatro Faialense.
A Sociedade
Musical do Sagrado Coração de Jesus do Faial da Terra, foi pioneira em São
Miguel em organizar um workshop. Na prática, os workshops de Bandas
Filarmónicas realizados no Faial da Terra foram, sem dúvida, importantes para a
evolução da filarmónica daquela pequena freguesia.
O Maestro CARLOS SOUSA é de opinião que a
música parou no concelho da Povoação. Os que têm possibilidades conseguem ir
mais longe, buscando formação noutras escolas, nomeadamente na academia da
Lagoa e no Conservatório Regional de Ponta Delgada. Mas a grande franja da
nossa população não tem possibilidades de sair do nosso concelho. Segundo ele,
o Governo Regional poderia abrir uma delegação do Conservatório de Ponta Delgada
na Povoação. Mesmo sem a Academia, a Povoação teve o privilégio de ver nascer
uma nova filarmónica, a Filarmónica São Paulo da Ribeira Quente, fundada por
vontade do povo da freguesia e pelo seu maestro Laurindo Araújo.
A Banda Militar
faz parte do seu percurso musical. Não só a Banda Militar dos Açores mas também
a Banda Militar da Madeira.
O Maestro CARLOS SOUSA já ganhou o prémio de melhor composição infantil em Galas de Pequenos
Cantores Caravela D`Ouro da Povoação e continua a compor, não só para o Festival,
mas também para bandas filarmónicas. Para ele, a sua passagem pela Madeira é,
sem sombra de dúvida, um marco na sua vida, pois “tive a oportunidade de ter
excelentes professores, conhecer bons músicos e, sobretudo, conhecer a
realidade das escolas de música e conservatórios que em, muito dos aspectos,
deveriam servir de exemplo para nós açorianos. Seria interessante pensar em
trazer para cá um curso profissional de música ou até, quem sabe, mais tarde, o
ensino superior em música”.
Neste momento
está a ter uma experiência muito enriquecedora como estagiário numa escola da
Cidade do Porto e olha para a música numa perspectiva diferente, percebendo o
quanto é importante a educação musical na vida de uma criança. A música é
essencial para aumentar a capacidade de interacção social e a capacidade
cognitiva dos jovens. Esta é, sem dúvida, muito importante, não só para as
crianças e o seu desenvolvimento, mas também para nós adultos. Infelizmente,
aos olhos dos governantes, a música é vista como algo para “encher currículo”,
algo para entreter crianças. É necessário que as políticas educativas valorizem
a Educação Musical elaborando um currículo eficiente e permitindo assim aos
alunos uma boa qualidade de ensino, com professores formados tendo à sua disponibilidade
salas de aula adequadas e devidamente equipadas.
Conheço o
Maestro Carlos Sousa desde muito jovem. Era, então, Acólito na Paróquia dos
Remédios. Faço meus os desafios aqui deixados e, tendo em conta o conteúdo da
entrevista feita por António Pedro Costa e publicada no Jornal Correio dos
Açores 10/5/2015 e, depois, por Um Olhar Povoacense, penso que
ESTES
VENTOS TRAZEM CANÇÕES SEMEADAS … COM MÚSICA!...
Água Retorta,
12 de Maio de 2015
Pe. Octávio de
Medeiros
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