Os
presidentes das juntas de freguesia dos Açores querem criar acordos com o
Governo Regional para que lhes sejam atribuídas mais competências, que lhes
permitam ajudar a população que os procura.
"É
raro o dia em que não nos aparece um caso para tratar", salientou, em
declarações à Lusa, António Alves, presidente da delegação dos Açores da
Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE).
No
sábado, cerca de uma centena de presidentes de juntas de freguesia de todas as
ilhas dos Açores reúnem-se na ilha Terceira para discutir propostas de
cooperação com o Governo Regional, no III Encontro Regional de Freguesias dos
Açores.
No
último ano e meio, o número de situações de pessoas em dificuldades económicas
que procuram as autarquias nos Açores tem vindo a aumentar, por isso, António
Alves considerou que os autarcas necessitam de mais meios para dar resposta às
solicitações.
"Nós
tentamos apagar pequenos fogos, mas são situações de momento e não têm
continuidade", salientou, defendendo uma maior delegação de competências
nas juntas de freguesia e a criação de acordos de cooperação com o Governo
Regional.
Muitas
vezes são também os professores ou outras associações que identificam situações
de carência, porque, segundo o representante da ANAFRE nos Açores, há
"muita pobreza envergonhada".
"Há
mais pessoas no limite de cumprir com as suas obrigações. Há muita gente que
não toma os medicamentos porque não tem dinheiro para os comprar e há pessoas
que têm dificuldades em alimentar os filhos", salientou.
Segundo
António Alves, as juntas de freguesia limitam-se a "encaminhar" a
população em dificuldades para departamentos do Governo Regional, mas se
tivessem outros meios poderiam atuar de outra forma.
Os
autarcas defendem um melhor aproveitamento do novo quadro comunitário, por
exemplo, através do alargamento às juntas de freguesia dos programas criados
para combater o desemprego.
Atualmente,
as autarquias locais dos Açores já acolhem centenas de pessoas ao abrigo do
programa Recuperar, destinados aos desempregados sem direito a subsídio de
desemprego.
António
Alves realçou a importância deste programa, alegando que por um lado tem
permitido que freguesias estejam "mais limpas e mais vigiadas" e, por
outro, possibilita que as pessoas desempregadas tenham uma remuneração,
sentindo-se "úteis".
O
representante da ANAFRE nos Açores considerou que à semelhança deste programa
outros do género poderiam abranger as juntas de freguesia, como os programas de
estágios Estagiar L e T.
Fonte:
AO/Lusa
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