Bruno Magalhães venceu
o Azores Airlines Rallye, sendo este o seu terceiro triunfo na prova, depois de
2008 e 2010. Depois de um rali que foi dominado por Alexey Lukyanuk, o piloto
russo teve um azar no último dia de prova, quando tinha um avanço mais do que
suficiente para vencer, e abandonou, deixando a luta entregue a Bruno Magalhães
e Ricardo Moura, que ficaram na altura separados por apenas 9,3 segundos. Só
que, quando tudo apontava para uma boa luta nos restantes quatro troços, um
contratempo mecânico com o Ford Fiesta R5 de Moura, levou a ter que parar no
primeiro troço de tarde, também ele abandonando, deixando nessa altura o piloto
do Skoda completamente à vontade a caminho do seu terceiro triunfo. Daí até
final, Bruno Magalhães não meteu uma roda fora do sítio e venceu um rali que
nem ele esperava poder vencer.
Numa prova com 28 R5 à
partida, e sem correr em pisos de terra há mais de um ano, o objetivo era
gradualmente ir aumentando o ritmo e ganhar posições, mas depressa esse ritmo
passou a chegar para os lugares da frente. Desde o primeiro troço que Magalhães
esteve no top 5, e desde aí foi sempre a somar. Sem ritmo para Lukyanuk e
Kajetan Kajetanowicz, foi medindo forças com os pilotos logo atrás dos dois
mais fortes estrangeiros e Ricardo Moura. Só que o ritmo foi aumentando com o
passar dos troços, e depressa chegou para lutar nos três primeiros. O resto é
história…
“Os testes que
efetuámos foram importantes para a adaptação mas não era suficientes para
ganhar o ritmo exigido numa prova com a exigência destas. Entrei na prova
com ambições mas não sabia onde nos situávamos. No final do primeiro dia,
fiquei surpreendido com o quinto lugar da geral. Não estava à espera de estar
logo desde o primeiro troço nos lugares da frente disputando posições com
referências do Europeu de Ralis. Foi muito bom e isso levou-nos a acreditar que
seria possível chegar a um lugar do pódio no final da prova. No final do
segundo dia, e dadas as circunstâncias em que aqui cheguei, conhecendo mal o
carro e depois de longos meses afastado da competição, o desfecho era melhor do
que eu poderia, sequer, imaginar. Fiquei de imediato com a sensação que estava
a fazer o melhor rali de sempre e essa foi uma satisfação enorme. Estava com
total confiança no carro e na equipa. Em todas as assistências fizemos novos
ajustes e o carro ficou sempre bom. Não tivemos problemas nenhuns e isso foi
uma ajuda enorme” disse Bruno Magalhães, que para o último dia não sabia o que
poderia acontecer, mas tudo correu a contento para si, exatamente da mesma
forma que noutros ralis foi a ele que lhe tocou azares – lembramos-nos de um
Rali de Portugal em que partiu uma suspensão já com o estádio do Algarve à
vista – são assim os ralis e desta vez o triunfo foi para Bruno Magalhães.
Marijan Griebel foi
segundo a mais de minuto e meio do vencedor: “Estou muito feliz, este rali tem
muitos pilotos rápidos, estou totalmente feliz. Foi bom para o campeonato
vencer U28 ganhar no princípio da época, terei menos pressão nas Canárias” Josh
Moffett a terminar no pódio. dois Skoda Fabia R5 e um Fiesta. Pedro Meireles
terminou em sexto da geral, terminando a prova reservada aos concorrentes do
Campeonato Nacional de Ralis na segunda posição, um resultado bastante melhor do
que a exibição, numa prova que não andou bem, mas somou os pontos. Na prática,
é quem mais pontua entre os concorrentes habituais do CNR: “Foi um rali
complicado para nós, não começou bem para nós. O acerto do diferencial que
achávamos indicado não surtiu efeito, e durante todo o rali tivemos que nos
adaptar, fomos melhorando ao longo da prova. Hoje as condições foram realmente
difíceis, nos Graminhais não se via 20 metros à frente. Para nós um top 3 era
bom, chegámos ao terceiro lugar lugar, fruto do abandono do Ricardo fomos
segundos. Não gostamos de obter resultados desta forma, mas os ralis são assim,
foi bom resultado para nós, melhor do que a exibição. Os pontos do segundo
lugar é muito bom. Chegámos ao fim bem classificados, é um rali lindíssimo, um
rali fantástico e o resultado é a cereja no topo do bolo” disse Pedro Meireles.
Depois de todas as dificuldades, João Barros termina em oitavo da geral e no
pódio do CNR.
Carlos Vieira andou
bem na fase inicial da prova, mas depois atrasou-se um pouco, mas ainda deu
para terminar no quarto posto do CNR: “Correu-nos mal a parte da manhã de
hoje, não encontrámos a afinação ideal, mas estamos contentes pois levamos o
quarto lugar do CNR, que é muito bom para o nosso campeonato. Não contávamos
com esta posição, mas com o avançar da prova pensámos poder acabar um pouco
mais à frente. Azar de uns, sorte de outros, estamos contentes com a nossa
consistência, para o ano será melhor”, disse Carlos Vieira.
Muito azar para Jari
Huttunen, que se preparava para vencer as duas rodas motrizes, quando… bateu a
20 metros do fim do último troço, deixando o triunfo para Chris Ingram, numa
bela luta que após os pilotos dos Opel Adam R2. Na luta pelas duas rodas
motrizes do CNR, o triunfo foi para Gil Antunes, o ‘resistente’. Pedro Antunes
chegou ao final do primeiro dia, mais de trinta segundos na frente, numa altura
em que Gil Antunes já tinha perdido mais de um minuto. Mas na segunda passagem
pelas Sete cidades foi a vez de Antunes perder tempo. Logo no início do último dia
de prova, Gil Antunes passou para a frente da competição e por aí se manteve
até ao final do rali, conseguindo uma boa operação. Numa prova com esta
extensão, ‘sobreviver’ aos inevitáveis problemas é mais importante do que andar
rápido. Apesar de tudo, Pedro Antunes minimizou os problemas e sai com um bom
resultado da ilha de São Miguel, Açores.
Classificação:
1º Bruno Magalhães /
Hugo Magalhães – Skoda Fabia R5 – 2h37m04,3s
2º Marijan Griebel /
Stefan Kopczyk – Skoda Fabia R5 – a 1m34,4s
3º Josh Moffett /
James Fulton – Ford Fiesta R5 – a 4m50,9s
4º Pepe Lopez / Borja
Hernandez – Peugeot 208 T16 – a 6m05,9s
5º Nikolay Gryazin /
Yaroslav Fedorov – Skoda Fabia R5 – a 6m10,9s
6º Pedro Meireles /
Mário Castro – Skoda Fabia R5 – a 7m27,9s
7º Ralfs Sirmacis /
Arturs Simins – Skoda Fabia R5 – a 7m33,8s
8º João Barros / Jorge
Henriques – Ford Fiesta R5 – a 9m06,0s
9º Carlos Vieira /
Jorge Carvalho – Citroen DS3 R5 – a 9m18,7s
10º Luís Miguel Rego /
Nuno R. Silva – Citroen DS3 R5 – a 10m17,5s
Resultados Online no link abaixo:
Texto por: José Luís Abreu
Povoação, Domingo, 2 de Abril de
2017.
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