Sofia Ribeiro
defende legislação europeia de combate às práticas comerciais desleais
A
Eurodeputada Sofia Ribeiro defendeu em Bruxelas, “o reforço da
posição dos agricultores na cadeia de abastecimento alimentar, incutindo-lhe
uma maior justiça e equilíbrio”, no âmbito do seminário
“Fortalecimento da posição dos agricultores na cadeia alimentar”, promovido
pela COPA-COGECA, entidade que representa os Agricultores e as Cooperativas
Agrícolas Europeias.
Na sessão,
que contou com a participação de responsáveis da DG Agri, do Conselho Europeu e
de uma das responsáveis pela task-force criada pelo Comissário da Agricultura,
para estudar os mercados agrícolas com o objectivo de apresentar medidas que
reduzissem a volatilidade dos preços, Sofia Ribeiro defendeu a necessidade de
se apostar nas organizações interprofissionais como forma de proteger o elo
mais fraco da cadeia alimentar e para “existir uma participação
proactiva por parte dos agricultores na formação dos preços”. "Defendo
que a primeira acção deva ser a transparência dos mercados, ou seja,
transparência na formação de preços. Precisamos saber que margens cada um dos
operadores na cadeia alimentar recebe e só depois poderemos tomar medidas
concretas, com o objectivo de reforçar a posição negocial dos
agricultores", afirmou Sofia Ribeiro.
No debate, a
deputada teve ainda a oportunidade de referir que "apenas para
termos uma ideia deste desnível, as dez principais cadeias retalhistas a nível
europeu estão concentradas em apenas 3 Estados-Membros, sendo que uma é do
Reino Unido, pelo que poderemos considerar apenas 2 Estados-Membros. Isto
demonstra claramente um enorme desequilíbrio de forças, dada a dimensão
relativa das empresas face às organizações de produtores. É urgente, também por
isto, que a Comissão Europeia ponha em prática o que foi decidido pelo
Parlamento Europeu, nomeadamente um quadro legislativo europeu, comum a todos
os Estados-Membros, de combate às práticas comerciais desleais e equilíbrio da
Cadeia alimentar."
Sofia Ribeiro
ainda acrescentou ainda que “não devemos discutir como ter preços
ainda mais baixos, mas sim como podemos promover e vender os produtos
refletindo no preço ao consumidor a sua qualidade e a justa remuneração dos
agricultores”. Infelizmente a verdade é que os produtores terão
sempre de enfrentar este desafio para produzir mais e melhor a custos mais
baixos, e os retalhistas vão sempre lutar por preços melhores para garantirem
boas margens de lucro. No entanto, e segundo a deputada, “ambos só
podem ser verdadeiramente competitivos se pudermos melhorar a estabilidade e
previsibilidade nas relações comerciais”.
A finalizar a
sua intervenção, Sofia Ribeiro referiu que “temos de evitar
práticas comerciais desleais como vendas com perda, discriminação de preços,
pagamentos atrasados, mudanças contratuais unilaterais, restrições de acesso
aos mercados, desequilíbrios na distribuição de lucros, entre outros, mas para
que isto aconteça há que apostar no fortalecimento das organizações de
produtores e aumento da responsabilidade dos seus membros, para evitar termos
produtores que, p.ex., usem as cooperativas apenas quando lhes seja favorável e
quando não, promovam vendas por fora, alcançando melhores preços ou vantagens
comerciais, mas prejudicando os outros. Tenho a certeza de que se tivermos uma
cadeia alimentar justa, estaremos a criar condições para os nossos agricultores
possam investir e inovar, criando assim ainda mais riqueza e valor
acrescentado”.
Povoação, terça-feira, 31 de janeiro de 2017.
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