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terça-feira, 22 de abril de 2014

1º ANIVERSÁRIO DA MORTE DA PIANISTA FURNENSE MARIA SUSANA RODRIGUES 1936-2013

MISSA DE TENSÃO - Quinta-feira Dia 24 de Abril - 18:00 horas
IGREJA DE SANTA ANA - Rua da Igreja - VALE DAS FURNAS

A Família Rodrigues Martins convida todos quantos queiram associar-se a esta celebração póstuma por sua mãe, avó, irmã e tia.

Maria Susana da Silva Rodrigues, nasceu em São José, Ponta Delgada a 23 de outubro de 1936 no seio de uma família de músicos.

Pianista de rara sensibilidade, seu pai, Benjamim Rodrigues, apostava numa promissora carreira que acabou por ser muito breve interrompida por doença.

Desde muito nova sentiu-se, fortemente, atraída pela ciência dos sons, influenciada naturalmente pelo ambiente familiar, a mãe Ana Maria Rodrigues, guitarrista exímia, percursora do fenómeno das serenatas furnenses e o pai que, neste período, mantinha uma impressionante atividade musical como professor de música, maestro e compositor em diversas agremiações e sociedades filarmónicas desta ilha.

Após a conclusão dos seus estudos primários, estudou Solfejo, Piano e História da Música, praticou intensamente todos os Clássicos, destacava sempre os que mais admirava, Franz Schubert e Franz Liszt que vezes sem conta dedilhou com entrega e entusiasmo em salas privativas e em serões familiares.

Será, por meados da década de 50 (XX), que se apresentará ao público pela primeira vez no palco do Casino da extinta Sociedade Terra Nostra. Possuidora de uma técnica e estilo únicos, hábil no teclado a sua mão esquerda impressionava quem com ela partilhava o piano, dificilmente se enganava ou trocava os dedos à procura da nota certa. Segundo o músico-pianista jorgense, já falecido, José do Livramento de Meireles Pamplona, que com ela fez dupla ao piano, - “a dupla perfeita,” o que mais impressionava em Maria Susana “era a sua experiência e a facilidade que tinha em tocar partituras dos mais variados géneros musicais! Uma raridade que o mundo não pôde conhecer.”

Casou na Igreja de Santana, Furnas, a 26 de setembro de 1959 com António Carvalho Martins, funcionário da Terra Nostra em Santa Maria, teve a sua boda no salão do Casino, a primeira que se realizou naquela sala a seu pedido. Após o casamento foi viver para Santa Maria, fixando residência nas imediações do Clube Asas do Atlântico, Bairro da Belavista, Aeroporto Internacional, Vila do Porto, até 1969, ano em que regressou a São Miguel.

Susana Rodrigues, recordou sempre o tempo em que viveu na cosmopolita ilha de Santa Maria, a década de 60 (XX), anos de ouro e de transformação para o mundo, foram ali vividos de forma muito intensa e exigente. A elegância e a modernidade da sociedade e dos salões marienses, designadamente, do Clube do Asas Atlântico, neste período, contrastavam com os tradicionais, conservadores e austeros salões micaelenses. As sonoridades latino-americanas, as danças de salão davam lugar aos “Beatles” e a outras sonoridades modernas que a ilha de Santa Maria, rapidamente, absorvia no seu tecido cultural e social.

A existência de uma vasta comunidade internacional, ali estabelecida, bastou para o surgimento de um estilo de vida muito diferente relativamente ao existente nas restantes ilhas. Nesta fase, adoecerá sendo-lhe diagnosticada, mais tarde, uma doença grave, ganhará de oferta o seu segundo piano, um “Pétel de 1949,” mas o seu desalento dará início a uma profunda depressão que jamais recuperará.

Maria Susana Rodrigues, simboliza também, a mulher açoriana no tempo do “Estado Novo,” interditada na juventude e castrada nos seus direitos cívicos e sociais, predestinada à vida doméstica e em família abandonou o sonho que acalentava de prosseguir numa carreira musical que tanto ambicionava.

Era irmã do premiado maestro e compositor, Victor Manuel Rodrigues, vencedor das Marchas de Lisboa de 1973 e de Martinho Rodrigues, oficial militar da Força Aérea Portuguesa.

O surgimento e a continuação da Guerra do Ultramar, (1961-1975), terá contribuído para o agravamento da sua patologia, principalmente, após o nascimento dos filhos, pois, como não vislumbrava para breve o fim das hostilidades, ao contrário, mais se agudizavam, temia pela incorporação dos filhos na guerra e com isso sofreu muito!

O pai, seu maior admirador, enalteceu sempre as qualidades excecionais da filha como pianista. Por três vezes, dedicou-lhe composições para banda: Maria Susana, marcha grave nº 18 (1936), aquando do nascimento, Maria Susana II, marcha grave (1948) e Susana, bolero (1963) inacabado.

Viveu cerca de 16 anos em São Pedro, Ponta Delgada, onde educou os filhos, regressou em 1984 ao Vale das Furnas para assistir a família, onde se manteve até ao fim da vida. Nunca concretizou o sonho de visitar o “túmulo de Schubert” o músico vianense que “viveu pouco e não teve reconhecimento público” de quem era profunda admiradora!

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