Foto de: GaCS/Paulo Henrique Silva |
A campanha SOS Cagarro, a maior e mais antiga campanha de educação e conservação ambiental dos Açores, tem o arranque marcado para sexta-feira, 9 de outubro, às 17h00, nas plataformas digitais.
Esta iniciativa, que se realiza desde 1995, visa a conservação dos cagarros, uma das aves marinhas mais emblemáticas do arquipélago, envolvendo cidadãos e várias entidades, que participam em brigadas de salvamento de juvenis que, ao saírem dos ninhos, à noite, são afetados pela poluição luminosa.
Este ano, e devido aos constrangimentos causados pela pandemia de COVID-19, a sessão de abertura vai realizar-se em formato digital, através de um webinar que será transmitido em direto na página do Facebook da Direção Regional dos Assuntos do Mar.
O programa inclui um balanço da campanha do ano passado e novas informações sobre a edição deste ano, será abordada a problemática da poluição luminosa pela investigadora Elizabeth Atchoi, do Instituto OKEANOS, tema central do projeto LuMinAves, do qual a Direção Regional dos Assuntos do Mar é entidade parceira beneficiária, juntamente com a SPEA e o Fundo Regional para a Ciência e Tecnologia (FRCT).
O trabalho científico com aves marinhas e a organização de brigadas científicas são outros temas que serão abordados durante este webinar, agendado para as 17H00.
Foto de: GaCS/Paulo Henrique Silva
Durante os meses de outubro e novembro, os cagarros juvenis começam a abandonar os ninhos e ao serem atraídos pelas luzes artificiais fortes ficam desorientados, podendo cair em locais de risco de atropelamento ou de predação.
Por essa razão, neste período do ano, dezenas de brigadas percorrem as estradas dos Açores, resgatando cagarros caídos que são posteriormente libertados durante o dia junto ao mar, depois de anilhados, onde iniciam a sua primeira grande migração anual para os mares do Atlântico Sul ou para as zonas produtivas do Atlântico Noroeste.
Os cagarros, que podem viver até aos 40 anos, começam a reproduzir-se, em média, com sete ou oito anos de idade e têm uma postura de apenas um ovo por ano, sem possibilidade de efetuar postura de substituição, no caso de fracasso da incubação ou de a cria morrer durante o período de alimentação.
Este ano será dada continuidade à metodologia das brigadas científicas SOS Cagarro com o objetivo de recolher informação com relevância científica.
Na ilha do Faial, as brigadas começam a 21 de outubro e terminam a 4 de novembro, sendo que as inscrições podem ser realizadas através do Observatório do Mar dos Açores.
Nas restantes ilhas, os interessados em participar devem contactar o Parque Natural da sua ilha.
Na campanha de 2019, que contou com cerca de 3.000 voluntários e 150 parcerias, foram salvos em todas as ilhas 8.845 juvenis, tendo sido encontradas 335 aves mortas.
A campanha SOS Cagarro, que decorre até 15 de novembro, é coordenada e dinamizada pelo Governo dos Açores, através da Direção Regional dos Assuntos do Mar, em parceria com a Direção Regional do Ambiente, através dos Parques Naturais de Ilha, da Azorina e de muitas entidades públicas e privadas, incluído empresas ecoturísticas e associações de defesa do ambiente.
Com cerca de 75 por cento da população nidificante de cagarros a nível mundial, os Açores são a região do mundo que alberga mais casais reprodutores da espécie, fazendo da sua proteção e conservação uma responsabilidade.
Os participantes nesta campanha têm à sua disposição a aplicação "SOS Cagarro Móvel", que regista automaticamente a localização GPS da queda de cada animal, facilitando a recolha dos dados.
O cagarro é a ave marinha mais icónica dos Açores, com um estatuto de conservação reconhecido internacionalmente.
Para mais informações, os interessados podem consultar a página do SOS Cagarro, em http://soscagarro.azores.gov.pt
©
GaCS/GM| Fotos: GaCS/Paulo Henrique Silva
Sem comentários:
Enviar um comentário