Edição N.º 5095 do prestigiado e conceituado Jornal a Crença e com uma forte presença do Concelho da Povoação.
1. Na passada segunda-feira, dia 27, come- morou-se o 156o aniversário da chegada a Portugal da Congregação da Irmãs do Amor de Deus. Conheci as Irmãs do Amor de Deus em Angola.
Trabalhavam na Diocese de Uíje (onde fui ordenado). Tinham um Colégio e eram também responsáveis pela Escola de Habilitação de Professores de Posto. Pelo que vi do trabalho das Irmãs e pela amizade que sempre me dispensaram, quero associar-me a esta data manifestando o meu ENCANTAMENTO pelo exemplo dado e pelo trabalho desenvolvido.
2. SEMANA DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES
A Igreja Católica está a celebrar a Semana de Oração pelas Vocações Consagradas, até ao próximo domingo, dia 3 de Maio.
“Queremos rezar a Cristo Bom Pastor que dê à sua Igreja pastores segundo o seu co- ração” foram estas as palavras do bispo do Algarve. O bispo de Angra lembrou que o apelo vocacional é “um tempo importante” que desta vez, dadas as circunstâncias, é vi- vido em família, D. João Lavrador disse aos pais que “o melhor contributo” que podem dar aos filhos é ajudar a que “descubram a sua vocação junto do Senhor, na oração, na meditação, nesse encontro interior”, desafiando os catequistas a colaborar nesta descoberta. “Procurai, de uma maneira mais in- tensa nesta semana, perguntar-vos na vossa oração junto do Senhor o que é que Ele quer de vós” e que os pais e educadores ajudem a descobrir a vontade Deus acerca de cada um”, disse o bispo de Angra no fim da celebração de domingo passado. Na diocese de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro rezou “pelos que andam à procura e pelos que já se encontraram” destacando a importância da fidelidade para quantos seguem uma vocação. O bispo de Bragança-Miranda referiu que a vocação consagrada significa “ser com Cristo” e “não tanto o que se faz em Seu nome” e, sublinhando as palavras do Papa, disse “coragem, louvor e gratidão” que de- vem enquadrar toda a vocação consagrada”
Num dia em que a liturgia evocava o episódio dos discípulos de Emaús, o Bispo da Diocese das Forças Armadas e das Forças de Segurança disse que a experiência da Ressurreição se faz “na vida diária, seja a distribuir alimentos às irmãs e aos irmãos Sem-Abrigo, seja a acolher migrantes, seja a zelar pela salvaguarda da defesa e da segurança da nação ou a apoiar na luta contra o famigerado vírus”. D. Rui Valério pediu aos militares e elementos das forças de segurança que “sejam eles próprios o pão partido e repartido pelos irmãos para que o mundo re- conheça hoje novamente o Cristo Vivo e em acção na vida quotidiana”. Na Arquidiocese de Évora, D. Francisco Senra Coelho propôs a quem o acompanhava na Missa transmiti- da a partir da residência episcopal que ofereça “os sacrifícios destes dias de confinamento e incerteza, pelo dom das vocações consagradas”. O Arcebispo de Évora reconheceu que precisa de operários para a “sua Messe”, no Alentejo. O bispo da Guarda agradeceu o dom da vocação porque “orienta pela rota certa no mar encapelado do mundo” actual e, recordando as palavras do Papa Francisco, disse que “gratidão, coragem e louvor” são
três palavras chave na abordagem vocacional. D. Manuel Felício destacou a coragem de assumir uma vocação, em circunstâncias em que “está muito espalhada a ideologia de que não pode haver opções de vida com carácter definitivo”, e pediu aos jovens da sua diocese que tenham “a coragem para se deixarem interpelar pelo Senhor da messe e não tenham medo de lhe dizer que sim, seja qual for o caminho que Ele lhes aponte”. Na Eucaristia que presidiu na sua residência, o bispo de Leiria-Fátima, cardeal D. António Marto, salientou que todas as vocações são dons de Deus para fazer chegar a todos “a esperança do seu amor”. D. António Marto afirmou que as vocações “só florescem em comunidades vivas onde há calor e testemunhos vivos”, acrescentando que esta Semana de Oração não se esgota nas vocações de especial consagração, mas evoca também as vocações ao matrimónio “para as quais é hoje necessário coragem para dizer sim ao Senhor”. No Patriarcado de Lisboa, D. Manuel Clemente falou de um “tempo especial” ao referir-se ao início da semana de oração vocacional, recordando aqueles que fizeram a escolha vocacional pela consagração e que hoje, passados anos, permanecem “sem nenhuma limitação do coração”, apesar das “limitações físicas” e ajudam a “ir para a frente na tradição evangélica”. “Peçamos por aqueles que se sentem vocacionados. Nunca se é vocacionado para si. É-se sempre vocacionado para os outros. Que à maneira de Jesus Cristo e como estes discípulos, que Ele reencontrou e que O reencontraram, sejam no mundo um sinal de uma Páscoa que está aí, para entrar nas vossas casas, entrar nas vossas famílias, ultrapassar os vossos isolamentos e, com o Espírito de Jesus Cristo, ganhar outra alma, precisamente na entrega e no interesse mútuo que aconteça”, afirmou. Na diocese de Setúbal, D. José Ornelas sublinhou o início da Semana de Oração pelas Vocações lembrando os seminaristas e pré-seminaristas, “gente que faz uma caminhada na vida, uma caminhada de discernimento e uma caminhada de busca”.
Numa celebração a partir da Igreja de S. Sebastião, em Setúbal, a atenção de D. José Ornelas foi também para os escuteiros da região que estavam a concluir os seus Jogos da Primavera, este ano a decorrer de forma “contida e imaginativa”.
“Tragam o lenço bem gasto, apanhando sol e chuva, pois é sinal do serviço”, disse o bispo de Setúbal, pedindo-lhes para “estar na primeira linha” de quem se oferece para “re- partir o pão, para os peregrinos e deserdados que estão aumentando” e para participar na reabertura das igrejas “com rosto renovado”, para “acolher quem quer que precise, que busque, que esteja em qualquer dificuldade, para acompanhar”. O bispo da Diocese de Vila Real aconselhou a que, durante esta se- mana, sejam privilegiadas a oração pessoal e familiar, sem esquecer a oração sempre constante das comunidades religiosas”.
Esta revisitação às homilias dos Bispos pode ajudar-nos a viver esta semana de Oração pelas Vocações. São mensagens de ENCANTAMENTO.
3. MENSAGEM DA COMISSÃO EPISCO- PAL DO LAICADO E FAMÍLIA PARA O DIADAMÃE–3DEMAIODE2020
Para muitos de nós, sobretudo os mais velhos, o dia da mãe ainda nos transporta ao dia 8 de Dezembro Festa da Imaculada Conceição de Nossa Senhora. Mas, temos que nos adaptar aos tempos. Eis o texto da Mensagem da Comissão Episcopal para o Dia da Mãe “Faz-nos bem, a todos, recordar
e celebrar o Dia da Mãe! Voltar a ser filho renova a nossa fraternidade. Reconhecemos com gratidão a beleza do Amor de Mãe, que permanentemente, sabe ser Mãe, dedicando a sua vida ao acolhimento amoroso de seus filhos, à sua educação integral, ao acompanhamento ao longo das diversas etapas da vida, por toda a vida e com todas as capa- cidades da sua vida. Como afirmou S. Óscar Romero, alguém que soube dar a vida: «A escolha de vida de uma Mãe é a escolha de dar a vida. E isto é grande e belo!». Para os que têm o dom da fé, na maioria dos casos, têm ainda um obrigado acrescido à sua Mãe, é que como diz o Papa Francisco «Sem as Mães, não somente não haveria novos fiéis, mas a fé perderia boa parte do seu calor simples e profundo». (Catequese Papa Francis- co, 07-01-2015)
Por isso, celebrar hoje o Dia da Mãe é apoiar todas as mulheres que escolhem como caminho, oferecer ao mundo os seus filhos e dar-se pela família, berço natural da vida; apoiar e proteger em todas as circunstâncias e casos, o dom da maternidade e proclamar com o nosso compromisso, que as Mães são verdadeiras beneméritas da sociedade, pois sabem transmitir em todos os momentos, mesmo nos piores, a ternura, a beleza do perdão e a força da coragem. Que se enraíze cada vez mais em nós, o compromisso de apoiar e proteger o dom da maternidade, desde os primeiros momentos da fecundação, e em todas a fases da sua missão.
Claro que celebrar o dia da Mãe, também nos traz inquietações e incómodos interiores, quando recordamos as Mães que são vítimas de violência doméstica, e choram os seus filhos traumatizados. Mães que enfrentam as tempestades, e com energia e inesgotável criatividade que lhes vem dos horizontes alargados do Amor, superam tormentos e constroem a partir das cinzas, com a sua persistência, a bonança nas vidas de seus filhos e da sua família. [...]. Como lembra o Papa Francisco, «a Mãe, embora seja muito exaltada sob o ponto de vista simbólico, é pouco escutada e pouco apoiada no dia-a- -dia. Pouco considerada no seu papel central na sociedade». (Papa Francisco, dia da Mãe 13-05-2018).
Neste ano acrescidamente difícil, marcado pela pandemia do Covid 19, aprendamos com as Mães o valor da vida que delas recebemos e percebamos como é bela a cultura da defesa da vida. Melhor do que nunca, percebemos a comparação de que Deus se serviu para nos dizer que nunca estamos sós e abandonados, porque ele nunca nos esquece, é como as Mães: «Acaso pode uma mulher esquecer-se do seu bebé, não ter carinho pelo fruto das suas entranhas? Ainda que ela se esquecesse dele, Eu nunca te esqueceria.» (Is 49, 15).
Obrigado a todas a Mães e feliz Dia da Mãe.
Para mim esta é uma Mensagem de ENCANTAMENTO.
4. COVID-19: D. PIO ALVES LAMENTA INCOMPREENSÕES SOBRE 4.. INSTI- TUIÇÕES SOCIAIS QUANDO DIREC- ÇÃO E COLABORADORES SÃO «HE- RÓIS ENTRE HERÓIS»
D. Pio Alves de Sousa, Bispo Auxiliar do Porto:
A pandemia que sofridamente padece- mos, entre muitas dores e apreensões, pôs de manifesto todo um mundo de generosidade. Com efeito, desde o mais alto Magistrado da Nação até ao cidadão mais humilde, serão excepção os poucos que possam ter virado as costas a quem sofre as maldades do vírus. Toda essa legião de benfeitores merece o nosso agradecimento. O meu também.Sem secundarizar ninguém, aqui e agora, quero referir-me apenas aos responsáveis pelos lares, especialmente aos membros das estruturas directivas. E faço-o porque, aqui e ali, vão aparecendo referências que, se não têm, podem ter uma leitura negativa. Há modos de apresentação da contagem dos mortos que podem induzir os mais distraídos a pensar que se não fossem os lares os números de vítimas seriam mais baixos.
Mais baixos?! Abandonados nas suas casas, esquecidos, muitas vezes, dos seus familiares, aconteceria que só seriam contados como mortos dentro de semanas ou meses! Uma alta percentagem da população dos la- res, porque são bem cuidados, vai progressivamente aproximando as estruturas residenciais a estruturas de cuidados continua- dos. Compreende-se facilmente que surjam aí muitas das vítimas. Percebo o esforço e o cansaço de quem tem a responsabilidade de gerir esta complexa operação da pandemia. Mas não são bonitas nem justas explicações, referidas aos lares, do tipo: nós tínhamos avi- sado ...; nós tínhamos advertido ...; nós tínhamos mandado ...
Sabem, acaso, que às vezes, os responsáveis dos lares e também de outras valências das IPSS, são tratados por responsáveis oficiais quase como se fossem inimigos a aba- ter? Sabem, acaso, que, com alguma frequência, as inspecções (legítimas e necessárias!) têm muito pouco de colaboração pedagógica e técnica e mais de “visitas de fita métrica” para verificar se faltam 2cm à porta? Sabem, acaso, que muitas instituições sobrevivem a duras penas e cada fim de mês é um calvário a contar os cêntimos?
Caros membros das Direções dos lares: Apesar de algumas incompreensões, esta pandemia ajuda a perceber como fostes e sois imprescindíveis. Que seria do País sem o vosso trabalho! Sem as vossas canseiras e a generosa dedicação dos vossos colaborado- res esta pandemia seria um pandemónio!
Muitos dos vossos “velhinhos” já não tem capacidade para vos agradecer. Agradece- -vos a Sociedade. Agradece-vos Quem pro- meteu que nem um copo de água dado por amor ficaria sem recompensa (cfr. Mt 10, 42). E vós dais muito mais que um copo de água. Sois heróis entre heróis.
Eis um texto de ENCANTAMENTO.
5. PARÓQUIAS DO CENTRO DE LIS- BOA DIVULGAM O QUE A «IGREJA TEM E COMO PODE AJUDAR»
As paróquias do centro de Lisboa reuniram os serviços de apoio social existentes na Vigararia I e abriram uma linha de apoio espiritual para ajudar as “pessoas que se sentem mais sós e precisam de conversar”.
A reunião dos projetos sociais das paróquias do centro da cidade, agrupados em torno dos setores da educação, envelheci- mento, pobreza e saúde, tem o objectivo de informar sobre “o que a Igreja tem” e “como pode ajudar. O site congrega toda a informação, num esforço entre técnicos das instituições e o sacerdote, de “levantamento das instituições” mas também de outras coisas que foram “aparecendo já no contexto da pandemia, como o caso da distribuição de refeições aos sem abrigo, na Igreja da Conceição Velha, ou os kits de refeição ao almoço na Igreja de São Nicolau”. “O trabalho maior que não passa despercebido em toda a cidade e com maior empenho no centro da cidade é o da Comunidade Vida e Paz. Esta organização católica do Patriarcado de Lis- boa dá apoio, neste momento, a mais de 430 pessoas”.
No apoio espiritual, “há uma religiosa que todos os dias telefona para os idosos que es- tão sinalizados, para saber dessas pessoas, mas esta linha é para as pessoas que, neste contexto de pandemia, precisam de falar, de conversar, saber informações ou ter um conselho”, refere o pároco.
Eis uma iniciativa de ENCANTAMENTO.
In Jornal Crença N.º 5095 de 30 de abril de 2020.
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