Osteoartrose está entre as principais
causas de incapacidade e reforma antecipada
As doenças reumáticas estão entre as
doenças mais frequentes na nossa população e representam um elevado peso económico
e social pois são a principal causa de
incapacidade nos países industrializados. Em Portugal, cerca de 50% da
população adulta sofre de uma doença reumática. Dentro deste grupo de
patologias, a osteoartrose (OA) destaca-se pela sua elevada prevalência. De
acordo com o EpiReumaPt, o maior estudo nacional desenvolvido para traçar o
panorama epidemiológico das doenças reumáticas, 12,4% da população
portuguesa adulta sofre de OA do joelho, 8,7% tem OA da anca e 2,9% de OA da
mão.
Na data em que se assinala o Dia
Mundial das Doenças Reumáticas (World Arthritis Day), a Liga Portuguesa
Contra as Doenças Reumáticas (LPCDR) alerta para o elevado grau de
incapacidade associado à osteoartrose, que consigo arrasta o abandono
precoce da atividade profissional, seja por desemprego ou por reforma
antecipada devido a invalidez. De acordo com a Prof.ª Doutora Helena
Canhão, “a osteoartrose é a doença reumática mais comum na população adulta,
sendo responsável por uma elevada incapacidade funcional que limita ou impede
os doentes a executarem atividades simples do dia-a-dia, tais como agarrar
objetos, subir degraus, caminhar ou trabalhar”.
Além disso, “está igualmente
associada a dor e a uma perda significativa da qualidade de vida”, alerta a
reumatologista do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, coautora do estudo
EpiReumaPt e Vice-Presidente da LPCDR. Neste contexto, a OA acarreta
importantes custos indiretos que resultam do absentismo laboral, das reformas
antecipadas e do desemprego.
Num subestudo do EpiReumaPt, que teve
como objetivo determinar o impacto económico da OA e o seu reflexo em termos de
abandono precoce da atividade profissional, verificou-se que, “sobretudo a
artrose do joelho, é causadora de uma elevada taxa de incapacidade para o
trabalho. Os outros tipos de artrose não têm um impacto tão significativo
em termos laborais”.
De acordo com os resultados desta
análise, 51% das pessoas com idades entre os 50 e os 64 anos não estão a
trabalhar. Destes, 30% têm osteoartrose, dos quais 18,6% no joelho (26%
mulheres e 11,5% homens).
Para melhor esclarecer a população
sobre a artrose do joelho, a LPCDR lançou, no início deste ano, o projeto O
Joelho Dói (www.ojoelhodoi.pt),
uma plataforma única, simples e diferenciadora que pretende sensibilizar a
população para as patologias do joelho e responder às questões mais
frequentes de quem sofre desta condição. Através desta plataforma, os utentes
podem encontrar informação genérica sobre dor no joelho, sobre fatores
de risco, medidas de apoio para uma melhor qualidade de vida, e até
apresentar questões diretamente a especialistas da área.
A artrose é uma doença caracterizada por alterações
degenerativas da cartilagem articular, e que afeta principalmente as
articulações de carga, nomeadamente os joelhos, a coluna e as ancas. Afeta
cerca de 80 % das pessoas com mais de 60 anos e é uma das doenças mais
frequentes do nosso planeta, existindo em Portugal cerca de um milhão de
doentes. Atinge predominantemente o sexo feminino, e as queixas principais são
a dor e a rigidez articular. Com o decorrer da evolução da artrose, aparecem
deformidades nas articulações afetadas.
sensibilizar a comunidade médica, os doentes e o
público em geral para as doenças reumáticas e músculo-esqueléticas; influenciar as políticas públicas, sensibilizando os
decisores políticos para o impacto das doenças reumáticas e
músculo-esqueléticas e as medidas que podem ser adotadas para o minimizar; assegurar que todas as pessoas com doenças reumáticas e
músculo-esqueléticas e os seus cuidadores estão a par da vasta rede de suporte
que está disponível.
O Dia Mundial das Doenças Reumáticas (World
Arthritis Day), incluindo o website da campanha, é gerido e apoiado pela EULAR,
Liga Europeia Contra o Reumatismo. A Liga Portuguesa Contra as Doenças
Reumáticas apoia esta iniciativa.
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Sobre a
Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas
A Liga
Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas (LPCDR) foi criada em 1982 com o
objetivo de promover a educação social do doente reumático e da população em
geral, difundindo informações sobre a natureza, tratamento, prevenção e
repercussões sociais das doenças reumáticas. O alerta para estas doenças é
urgente já que são muitas vezes ignoradas por quem as sofre pela simples razão
que a doença pode decorrer anos sem sintomas.
As doenças reumáticas e músculo-esqueléticas podem afetar pessoas de todas as idades, incluindo crianças e bebés e têm um enorme impacto na qualidade de vida das pessoas que têm estas doenças e nas vidas das suas famílias. Se não forem tratadas de forma adequada, atividades diárias, como caminhar, subir escadas, cozinhar e a higiene pessoal são afetadas. Também podem ter um efeito profundo sobre a capacidade de trabalho nas pessoas em idade ativa.
Povoação,
quinta-feira, 12 de outubro de 2017.
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