Sou
uma cristã nascida, criada e residente na Povoação, fui educada mediante a
religião católica apostólica e romana, transmiti aos meus filhos os
ensinamentos que colhi dos meus queridos pais, dentro da crença que a maioria
da comunidade onde me insiro se revê. Nem tudo na nossa vida é um mar de rosas
e seria muito bom que assim o fosse, até, porque, é normal no seio de uma
comunidade existirem variados tipos de situações nas nossas vidas familiares
que de inesperadas passam a verdadeiras e confirmadas.
No passado dia 21 de Setembro realizou-se na minha paróquia de residência o sacramento da Confirmação, sendo o culminar dos últimos três anos de catequese de qualquer jovem cristão. Foram três anos em que o meu filho teve de se deslocar às reuniões da catequese a pé e muitas vezes debaixo de chuva, afinal tratava-se de um pequeníssimo sacrifício em proveito da sua formação cristã e que tando deixa orgulhosa uma mãe com fé. Chegado ao último ano de preparação e aproximando-se a data marcada para diante do representante de Cristo na terra receber o sacramento, Crisma, a catequista coloca entreves ao meu filho pelo motivo de escolha daquele que desejava como seu padrinho. A sua escolha recaiu sobre um rapaz cristão, solteiro, mas que vive em união de fato com divorciada (casamento civil), que por acaso sou eu, sua mãe. Resumindo e concluindo, o meu filho foi o único que acabou por não fazer o Crisma no passado dia 21 de Setembro de 2017.
No passado dia 21 de Setembro realizou-se na minha paróquia de residência o sacramento da Confirmação, sendo o culminar dos últimos três anos de catequese de qualquer jovem cristão. Foram três anos em que o meu filho teve de se deslocar às reuniões da catequese a pé e muitas vezes debaixo de chuva, afinal tratava-se de um pequeníssimo sacrifício em proveito da sua formação cristã e que tando deixa orgulhosa uma mãe com fé. Chegado ao último ano de preparação e aproximando-se a data marcada para diante do representante de Cristo na terra receber o sacramento, Crisma, a catequista coloca entreves ao meu filho pelo motivo de escolha daquele que desejava como seu padrinho. A sua escolha recaiu sobre um rapaz cristão, solteiro, mas que vive em união de fato com divorciada (casamento civil), que por acaso sou eu, sua mãe. Resumindo e concluindo, o meu filho foi o único que acabou por não fazer o Crisma no passado dia 21 de Setembro de 2017.
A
minha indignação não é de maneira nenhuma contra o Código de Direito Canónico
promulgado em 1917 que até por sinal era muito severo em relação aos fiéis
católicos divorciados e recasados, por viverem numa situação religiosamente
irregular, e até sou de acordo deste mesmo Código de Direito Canónico que a
partir do Concilio do Vaticano II, diz a
Igreja, sem retocar a lei divina que proclama a indissolubilidade de um
matrimónio validamente contraído e consumado, que procura estimular tais fiéis a
não se afastarem do convívio da comunidade católica; procurem, antes, tomar
parte em atividades da paróquia compatíveis com o seu estado; rezem e tudo façam para educar os filhos na fé
católica. Assim seria ótimo, desde que estas normas fossem aplicadas a
todos os cristãos sem exceção.
Na
minha simples opinião de cidadã e cristã, é verdadeiramente um desvalor para a
Igreja Católica a facilidade (tapar os olhos) que aplica a uns e a
descriminação que provoca a outros. Passo a explicar; no decorrer dos Crismas nas
Paróquias da nossa Ouvidoria existiram Crismandos a receber o sacramento de
forma irregular, em situação exatamente idêntica ao do meu filho; quando se
abre uma exceção a um Crismando forçosamente tem de se aplicar aos demais, tem
de haver equidade; se há regras rigidamente definidas pela Igreja Católica estas
têm de ser tidas em conta pelos seus formadores religiosos uniformemente sem
haver decisões precipitadas e individualizadas, não querendo acreditar que no
caso especifico do meu filho a recusa na aceitação do seu padrinho tenha resultado
de uma decisão de incompatibilidade a nível pessoal.
Poderia
aqui publicamente nomear uma mão cheia de situações de irregularidades tidas em
conta pela Igreja nos Crismas da nossa Ouvidoria que passaram ao lado dos seus
responsáveis, mas não seria correto de minha parte estar a nomear nomes de
pessoas e famílias, não faz parte da minha maneira de atuar na sociedade que me
insiro.
O
meu filho acabou por não fazer o Crisma por não aceitação daquele que escolheu
para seu Padrinho, respeito, mas não aceito nem o poderia aceitar uma vez que
situações idênticas deixaram-nas passar. Depois de muito refletir, aqui venho
publicamente narrar esta situação a fim de demonstrar que não tenho um “T” descrito na testa.
Desejo
os Parabéns a todos os Crismados da nossa Ouvidoria e suas famílias.
Por
último agradeço ao blog Um Olhar Povoacense a aceitação desta minha carta,
esperando que sirva de reflexão aos responsáveis da nossa igreja e da nossa
comunidade cristã.
Elisabete Moniz
Povoação,
quarta-feira, 11 de outubro de 2017.
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