A
Eurodeputada Sofia Ribeiro defendeu ontem, em sessão plenária em Estrasburgo,
que a “sustentabilidade dos recursos biológicos marinhos não pode ser cega, ou
seja, deverá ter igualmente em conta a sustentabilidade económica e social a
longo prazo” tendo lembrado a situação dos pescadores e das suas famílias “que
atravessam uma situação de crise, de falta de rendimento, mesmo trabalhando
mais e arriscando muito as suas vidas”.
Intervindo
no debate sobre as recomendações do ICCAT (Comissão Internacional para a
Conservação dos Tunídeos do Atlântico), a Eurodeputada centrou a sua
intervenção no binómio sustentabilidade dos recursos e sustentabilidade dos
pescadores, dando como exemplo os pescadores de zonas costeiras e das “Regiões
Ultraperiféricas, como é o caso dos Açores, que sofrem cada vez mais com a
escassez de recursos biológicos marinhos, pois ano após ano, quer os
pescadores, quer a nossa indústria atuneira, veem cada vez menos recursos,
menos atum, pondo em causa a sustentabilidade desta importante actividade na
minha Região, os Açores, ameaçando desta forma centenas de postos de trabalho
directos e indirectos, sejam por razões climáticas que levaram à alteração das
rotas de migração dos tunídeos, sejam por razões humanas, com técnicas
agressivas de pesca e de cerco, por parte de outros que reduzem em grande
número os indivíduos que conseguem fazer esta migração”.
A
Eurodeputada Sofia Ribeiro deixou ainda dois apelos ao Comissário dos Assuntos
Marítimos e das Pescas que assistia à sua intervenção, nomeadamente a
necessidade de uma “igualdade de tratamento entre as frotas europeias e de
países terceiros. Não podemos continuar a impor aos nossos pescadores regras
mais restritivas e limitadoras, do que a outras frotas, que muitas vezes não
respeitam os princípios mais básicos dos padrões europeus” bem como a
“necessidade de um compromisso para com as frotas artesanais, especialmente as
das Regiões ultraperiféricas, como é o caso dos Açores, pois temos sido um
exemplo a nível europeu e mundial da sustentabilidade e seletividade da pesca
de atum, através da técnica de salto-e-vara”.
A
finalizar a sua intervenção, Sofia Ribeiro finalizou solicitando ao Comissário
que “tivesse em consideração a possibilidade de um aumento das quotas de pesca
do Atum Rabilho, cujo stock se encontra em franca expansão e que de facto seria
muito útil para podermos compensar os pescadores europeus do corte nas quotas
de pesca do espadarte, que, como é comummente reconhecido, sofreu uma forte
deterioração dos seus stocks”.
Vídeo da
intervenção aqui:
Povoação, terça-feira, 3 de outubro de 2017.
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