O evento “A Viola Que Nos Toca”
teve a sua segunda edição, a 4 de Outubro, num espectáculo que decorreu no
Teatro Micaelense. Depois do grande sucesso que foi a primeira edição, em
Janeiro de 2015, este segundo momento de homenagem à Viola da Terra surpreendeu
todos os que estiveram na plateia naquele Serão.
As impressões recebidas no final
do espectáculo apontaram para uma avaliação muito positiva de todo o evento,
com destaque para a grande dinâmica de palco e para a qualidade musical de
todos os intervenientes. O público mostrou ainda admiração e entusiasmo pelos
vídeos projectados, que demonstraram as diferentes técnicas de execução da Viola,
existentes nos Açores, e que são, normalmente, desconhecidas do público em
geral. Estes vídeos resultam de uma recolha do realizador Tiago Pereira para o
canal “A Música Portuguesa A Gostar Dela Própria”.
Para além disso a presença de
Nelson Cabral, como narrador, apresentando de modo divertido diversas cantigas
populares à nossa Viola mas, ao mesmo tempo, recitando um poema de Vitorino
Nemésio à Viola de 15 cordas (Ilha Terceira), bem como um texto de Dias de Melo
que regista a alegria de um tocador de Viola quando o seu filho regressa de uma
dura e forçada emigração, voltando a encordoar a Viola que desde a partida do
filho estivera arrumada em sinal de “luto”, e tocando toda a noite na festa de
casamento deste, ajudou a contextualizar a grande importância e impacto da
Viola na vivência dos Açorianos, e a forma séria e honrada como os tocadores
encaravam o simples acto de tanger a Viola.
A edição de 2017 contou com a
participação de Raquel Dutra e Cantos do Mar e da Terra, César Carvalho
(Violão), Maria Madalena Antunes e Sofia Vidal alunas do Conservatório Regional
de Ponta Delgada, Escola de Violas da Relva, Nelson Cabral, Sílvia Oliveira
(Flauta) e Rafael Carvalho.
No final o Director Artístico,
Rafael Carvalho, fez questão e agradecer o grande papel que as escolas de
violas têm tido na formação de novos tocadores, destacando, também, o empenho,
colaboração e cumplicidade de todos os artistas presentes e, ainda, de toda a
equipa de produção do Teatro Micaelense que, desde o início, acarinhou e ajudou
a colocar de pé o evento.
Por último, Rafael Carvalho agradeceu,
eu nome da Associação de Juventude Viola da Terra, produtora do evento, o apoio
da Direcção Regional da Cultura e da Presidência do Governo dos Açores, sem o
qual o evento não poderia decorrer, mas alertou para uma diminuição acentuada
de apoios da Direcção Regional da Cultura alegando que, na actualidade,
entidades regionais e júris que são convidados a avaliar as respectivas
candidaturas, estão a dar maior importância e apoio a tudo o que seja do âmbito
contemporâneo e experimental, mas que estão a dar cada vez menos importância e
apoio ao que é a nossa verdadeira Cultura Açoriana.
Os participantes e público em
geral já fizeram saber que contavam com a terceira edição deste projecto, que,
se tudo decorrer bem, será dentro de 2 anos, de acordo com o planeamento e
eventos produzidos pela Associação de Juventude Viola da Terra.
Povoação,
domingo, 8 de outubro de 2017.
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