A
Ribeira Quente é uma freguesia portuguesa do concelho da Povoação, com 9,88 km²
de área, 798 habitantes (2001) e densidade de 80,8 hab/km².
A
Ribeira Quente foi elevada à categoria de freguesia a 24 de Junho de 1943 pelo
decreto-lei n.º 32867 da então Direcção Geral da Administração Política e Civil
do Ministério do Interior.
Esta
Freguesia tem o seu limite a nascente com a Ribeira do Agrião.
A
Ribeira Quente no século XVI era uma continuidade de Ponta Garça, sendo usada
por muitos vizinhos desta mesma freguesia e de gente rica de Vila Franca do
Campo, que foram plantando vinhas e árvores de frutos que frutificavam
abundantemente.
Formou-se
assim um lugar frequentado de verão pelos proprietários das referidas terras,
incluindo as da Ribeira do Agrião, que para lá iam na época das colheitas e das
vindimas, outras iam atraídas pelo pitoresco do sítio e da beira-mar, e lá
veraneavam. A Ribeira Quente era nesses anos iniciais do povoamento, antes de
mais, e parece-nos importante frisar este ponto, lugar de veraneio das gentes
abastadas de Vila Franca do Campo, Ponta Garça, Furnas e Povoação.
O
Solar e a Capelinha do Senhor da Aflição – pelos populares conhecida pela
Capelinha do Senhor dos Aflitos, devem ter sido construídos entre os séculos
XVI ou XVII. O magnífico Forte que ainda hoje lá se encontra fora construindo
um pouco mais tarde e com pedra vinda por barcos de Vila Franca do Campo.
Esta
propriedade era propriedade do Dr. Jacinto de Vasconcelos Franco e na
actualidade de um dos seus herdeiros Sr. Luís Vasconcelos Franco.
Apesar
de não encontrar-mos nenhum testemunho escrito e o que deve haver é em arquivos
de família ou nos registos dos livros de Visitas no arquivo da Igreja Paroquial
de Ribeira Quente, pensa-se que a sua construção situa-se como acima já referi
entre os séculos XVI e XVII, quando a ilha e as localidades entre Faial da
Terra e da Ribeira Quente eram assoladas pelos piratas, que ai desembarcavam,
saqueavam, incendiavam e matavam os seus habitantes indefesos.
Trata-se
dum oratório particular dos donos do lugar e da sua vizinhança, que muitas
vezes e ainda hoje lá vão em romaria, pelos trilhos da Ribeira e da Lobeira,
pagar as suas promessas, fazer as suas orações a pedir-lhe diversas graças em
horas de aflição.
No
interior da Capelinha existe um altar simples em pedra trabalhada à mão e com
um crucifixo com o Cristo agonizante e em aflição que segundo diz uma lenda
antiga pelo mar encalhou no calhau da Ribeira do Agrião. Existem também de
grande valor histórico duas telas rectangulares com as figuras de São Pedro e
São Paulo, bem como o relógio solar ao cimo da Capelinha.
No
começo da década de setenta já existia uma casa de veraneio alcandorada no princípio
das rochas da falésia do atalho da Ponta do Garajau, pertencente à família
Franco, velha proprietária de toda a vertente poente do lado da Ribeira do
Agrião.
Na
Paróquia de São Lourenço de Bustos (Continente Português) existe uma Capela com
uma imagem do Senhor dos Aflitos do ano de 1818. Observando os crucifixos do
Senhor dos Aflitos da Ribeira do Agrião e de São Lourenço de Bustos verificamos
muitas semelhanças entre eles.
João
Costa Brilhantina
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