Faleceu na passada quarta-feira, dia 6 de Maio, no Hospital do Divino Espírito Santo, Ponta Delgada, a senhora MARGARIDA PEREIRA RESENDES RAPOSO. Foi mãe e avó de enorme afecto e de dedicação à família. Mulher de Fé, incansável na esperança, no silêncio das incomensuráveis orações em prol do bem de todos. Foi uma perda para Água Retorta. Deixa um vazio bem difícil de preencher.
MARGARIDA PEREIRA RESENDES RAPOSO
Nasceu na Freguesia de Água Retorta, concelho da Povoação, no dia 23 de Janeiro de 1938. Filha de: João Pereira de Resendes e de Jorgelina Luís Pereira. Neta paterna de: Manuel José de Resendes e de Adelina Luís Pereira. Neta materna de: Manuel José Luís Pereira e de Emília Barbeiro.
Foi baptizada na igreja paroquial de Nossa Senhora da Penha de França, pelo Pároco Padre Carlos Pacheco Lopes, no dia 30 de Janeiro de 1938 (Nº 6), sendo seus padrinhos: António José de Resendes e Maria Margarida Resendes. Recebeu o Sacramento do Crisma na Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Penha de França, das mãos de Dom Guilherme Augusto da Cunha Guimarães, no dia 23 de Novembro de 1949 (Nº 137), sendo sua Madrinha Maria Luís Pereira. Perdeu a sua mãe com apenas 12 anos de idade, ficando a ser a dona de casa com todos os encargos relativos a uma dona de casa daquela altura: cozer pão, cozinhar, matanças de porco; semear e colher os cereais e legumes, para consumo e venda; conservar o peixe que sobrava das vendas do pai; lavar roupa na ribeira, ir moer milho e/ou trigo ao moinho de água, etc.… Aprendeu também a “bordar”, corteecostura o que muito lhe serviu, pois foi a costureira não só para os de casa, mas também para outros da freguesia durante muito tempo.
Aos 17 anos de idade e depois de algum sofrimento com a vida de casa, sobretudo com o seu pai, foi para Ponta Delgada trabalhar como empregada doméstica em casa do Sr. Engº. Agrónomo Emiliano Carneiro, de saudosa memória.
Casou com José Pereira Raposo, com 22 anos de idade, na Igreja Paroquial de Água Retorta no dia 17 de Abril de 1960. Tiveram 5 filhos: Filomena, José Luís, Luís Manuel, Cidália e Marina. Durante toda a sua vida teve sempre a preocupação de usar os poucos minutos do dia que lhe sobravam para “fazer renda”, limpar e enfeitar com suas próprias flores o triato do Espírito Santo, fazer as hóstias, ajudar na missa, cantar no grupo coral e, mais recentemente, como Ministra Extraordinária da Comunhão.
Ajudar aos mais necessitados era para a senhora Margarida uma obrigação que sempre a acompanhou, até chegar a altura em que, atingida pela demência, já nem sabia o dia nem a hora em que se encontrava.
Conheçi a senhora Margarida há muitos anos. Mas passei a conhecê-la melhor desde que fui para pároco de Água Retorta em 2000. Para mim, foi sempre um exemplo e uma referência: sempre disponível, generosa, capaz de servir sem interesses pessoais, nada complicada – o que é raro … Uma verdadeira mulher de Igreja: quer como Catequista, quer como Legionária, quer como membro do Grupo Coral e, sobretudo, como Ministra Extraordinária da Comunhão. Para ela, a minha gratidão que hoje como ontem, não conhece nem peso nem medida.
Lomba do Botão, 6 de Maio de 2020
Pe. Octávio de Medeiros
Pároco Jubilado de Água Retorta
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