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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

HABITANTES DAS FURNAS ORGANIZAM MOVIMENTO CONTRA APLICAÇÃO DE TAXAS NA LAGOA

Um grupo de cidadãos formou um Movimento de Contestação às Tarifas da Lagoa das Furnas, na ilha de São Miguel, nos Açores, considerando que a medida "não tem cabimento" e pode afastar visitantes daquela zona.

“O grupo concorda com a tarifa aplicada para a conceção dos cozidos, porque é uma mais-valia para ajudar na manutenção da zona envolvente da lagoa das Furnas, mas no que diz respeito às tarifas da entrada, estacionamento, utilização de mesas e casas de banho, estamos contra”, declarou Elizabeth Medeiros, porta-voz deste movimento, que vai reunir-se com o secretário regional do Ambiente para abordar esta matéria.

Na sequência de um acordo entre o presidente da Câmara Municipal da Povoação e o secretário regional do Ambiente, em 2014, a autarquia deliberou que locais, turistas e restaurantes passariam a pagar para confecionarem o famoso cozido das Furnas, bem como para usufruírem do espaço envolvente à lagoa.

Elisabeth Medeiros disse à Lusa que do Movimento de Contestação às Tarifas da Lagoa das Furnas fazem parte, para além de naturais das Furnas, proprietários de casas de veraneio na freguesia e pessoas ligadas à restauração.

A porta-voz deste grupo lembrou que que já foram apontados vários valores para as taxas que vão ser cobradas, ainda não confirmados oficialmente, como o pagamento de 0,50 euros para entrar no espaço e cinco euros para estacionar.

Há também a indicação, ainda de acordo com Elizabeth Medeiros, de que os habitantes das Furnas estarão isentos do pagamento da entrada no espaço da lagoa.

Elizabeth Medeiros disse que existe o medo de que as pessoas deixem de frequentar o espaço e procurem alternativas, com prejuízo para a economia local.

Os membros deste movimento receiam, por outro lado, que a paisagem fique “completamente descaraterizada” com as portagens que foram colocadas no local.

“Sabemos que existe este tipo de solução em outras localidades e países, mas não podemos comparar a nossa economia nem a situação que as pessoas atravessam atualmente. Não tem cabimento. A natureza ofereceu-nos aquela paisagem maravilhosa e agora estão a obrigar as pessoas a pagar”, declarou.

O movimento congratula-se com a postura “muitíssimo correta” do presidente da câmara da Povoação, Carlos Ávila, de auscultar a restauração das Furnas na solução encontrada para os cozidos, mas lamenta que não tenha havido diálogo com a comunidade local.

“Ficámos à espera que o presidente da Câmara Municipal da Povoação fizesse a mesma coisa. Só que nunca reuniu, nunca conversou com ninguém na comunidade. Ficámos também à espera da própria Junta de Freguesia das Furnas, que é quem nos representa”, referiu ainda Elizabeth Medeiros.

Fonte: Lusa/AO Online, 11 de fevereiro de 2015

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