Problema
foi detectado há um ano em Portugal. Grupo de suspeitos estrangeiros toma
controlo dos dados dos computados que encripta e tenta extorquir dinheiro para
devolver o acesso à informação.
A
vaga de ataques aos sistemas informáticos de empresas portuguesas, com a
exigência às vítimas de resgates em Bitcoins (moeda virtual) para repor o
acesso aos dados encriptados, já afectou escolas e todos os ministérios do
Governo, adiantou ao PÚBLICO fonte da Polícia Judiciaria. À PJ, que está a
investigar a situação através da unidade especialista no combate ao cibercrime,
chegaram 20 queixas referentes, pelo menos, à zona de Lisboa.
Ao
contrário do que tem sido noticiado, esta situação não está a ser levada a cabo
por piratas informáticos (que habitualmente apenas roubam informação), mas por
grupos criminosos organizados que actuam a partir do estrangeiro e que
pretendem com este esquema extorquir dinheiro. Fonte policial sublinhou, por
isso, estar em causa o crime de extorsão através de meios informáticos levado a
cabo por aquilo que a polícia classifica como máfias.
Em
Portugal, onde também foram afectados técnicos de contas, advogados e
contabilistas, algumas das vítimas, segundo a PJ, terão pago o
dinheiro(montantes na ordem dos 1000 euros) exigido para voltarem a ter acesso
aos seus dados. Nuns casos, as vítimas recuperam os dados, noutros não, apesar
de terem pago o resgate exigido.
A
nova vaga de ataques terá começado no início deste ano, mas a maioria das
queixas são referentes já ao ano passado. Nos restantes países europeus, esta
tentativa de extorsão por meios informáticos já foi detectada pelas autoridades
há cerca de três anos, adianta a mesma fonte policial.
Tudo
começa com um envio de um e-mail suspeito, normalmente intitulado “mensagem de
fax”. Se o ficheiro em anexo (com a extensão . zip) for aberto, o computador
fica remotamente acessível a este grupo. Os dados são todos encriptados e o
proprietário do computador deixa de ter acesso a estes. Se o computador estiver
ligado a uma rede, todos os restantes computadores e servidores podem ficar
expostos ao controlo dos suspeitos.
Após
os dados serem encriptados, é enviada uma mensagem em inglês na qual se exige o
pagamento de um resgate em Bitcoins. A moeda virtual que é utilizada como
pagamento em alguns sites da Internet não deixa qualquer rasto que possa ser
seguido pelas autoridades. Segue-se depois outra mensagem que explica onde se
podem adquirir Bitcoins. Neste momento, o grupo desbloqueia parte da informação
encriptada para provar à vítima que têm controlo sobre o computador e a
possibilidade de resolver a questão desde que seja feito o pagamento.
De
acordo com a PJ, estão em causa duas fragilidades nos computadores que são
exploradas pelo grupo. Uma delas é o facto de o acesso remoto estar ligado. A
outra está relacionada com os backups automáticos do computador, embora neste
caso os investigadores ainda não tenham conseguido apurar com exactidão essa
fragilidade.
Tome
as suas precauções!
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