Um
grupo de cidadãos formou um Movimento de Contestação às Tarifas da Lagoa das
Furnas, na ilha de São Miguel, nos Açores, considerando que a medida "não
tem cabimento" e pode afastar visitantes daquela zona.
“O
grupo concorda com a tarifa aplicada para a conceção dos cozidos, porque é uma
mais-valia para ajudar na manutenção da zona envolvente da lagoa das Furnas,
mas no que diz respeito às tarifas da entrada, estacionamento, utilização de
mesas e casas de banho, estamos contra”, declarou Elizabeth Medeiros, porta-voz
deste movimento, que vai reunir-se com o secretário regional do Ambiente para
abordar esta matéria.
Na
sequência de um acordo entre o presidente da Câmara Municipal da Povoação e o
secretário regional do Ambiente, em 2014, a autarquia deliberou que locais,
turistas e restaurantes passariam a pagar para confecionarem o famoso cozido
das Furnas, bem como para usufruírem do espaço envolvente à lagoa.
Elisabeth
Medeiros disse à Lusa que do Movimento de Contestação às Tarifas da Lagoa das
Furnas fazem parte, para além de naturais das Furnas, proprietários de casas de
veraneio na freguesia e pessoas ligadas à restauração.
A
porta-voz deste grupo lembrou que que já foram apontados vários valores para as
taxas que vão ser cobradas, ainda não confirmados oficialmente, como o
pagamento de 0,50 euros para entrar no espaço e cinco euros para estacionar.
Há
também a indicação, ainda de acordo com Elizabeth Medeiros, de que os
habitantes das Furnas estarão isentos do pagamento da entrada no espaço da
lagoa.
Elizabeth
Medeiros disse que existe o medo de que as pessoas deixem de frequentar o
espaço e procurem alternativas, com prejuízo para a economia local.
Os
membros deste movimento receiam, por outro lado, que a paisagem fique
“completamente descaraterizada” com as portagens que foram colocadas no local.
“Sabemos
que existe este tipo de solução em outras localidades e países, mas não podemos
comparar a nossa economia nem a situação que as pessoas atravessam atualmente.
Não tem cabimento. A natureza ofereceu-nos aquela paisagem maravilhosa e agora
estão a obrigar as pessoas a pagar”, declarou.
O
movimento congratula-se com a postura “muitíssimo correta” do presidente da
câmara da Povoação, Carlos Ávila, de auscultar a restauração das Furnas na
solução encontrada para os cozidos, mas lamenta que não tenha havido diálogo
com a comunidade local.
“Ficámos
à espera que o presidente da Câmara Municipal da Povoação fizesse a mesma
coisa. Só que nunca reuniu, nunca conversou com ninguém na comunidade. Ficámos
também à espera da própria Junta de Freguesia das Furnas, que é quem nos
representa”, referiu ainda Elizabeth Medeiros.
Fonte:
Lusa/AO Online, 11 de fevereiro de 2015
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