"A Ronda dos Quatro Caminhos
edita um novo trabalho, o 14º da sua carreira, desta feita dedicado à música
tradicional dos Açores, na continuação das últimas grandes produções editoriais
- "Terra de Abrigo" e "Tierra Alantre".
O disco foi composto e pensado com
base na Orquestra Regional Lira Açoriana, uma orquestra de instrumentos de
sopro e percussão, composta por jovens músicos das Bandas Filarmónicas das
várias Ilhas dos Açores. A Lira Açoriana participa em todos os temas, todos
eles populares com orquestrações dos músicos da Ronda.
A Viola da Terra recebe especial
destaque, intervindo em vários temas, através dos tocadores Rafael Carvalho e
Ricardo Melo, da Ilha de São Miguel; Lázaro Silva da Ilha Terceira e José
Agostinho Serpa da Ilha das Flores.
Além da Orquestra, participam no
disco vários Coros Polifónicos e músicos populares e eruditos de todas as Ilhas
do Arquipélago, num total de mais de 300 músicos e cantores: de São Miguel o
Coral de São José; da Ilha Terceira o Coro Feminino; do Faial o Grupo Coral da
Horta; do Pico o Grupo Coral das Lajes do Pico; da Graciosa, o Grupo Coral da
Matriz da Graciosa; de Santa Maria, músicos da Ronda da Madrugada e do Grupo
Sol Baixo; das Flores e Corvo, músicos populares de vários agrupamentos
filarmónicos.
As gravações começaram em Rabo de
Peixe, S. Miguel, em Outubro de 2015, com a gravação inicial da Orquestra
Regional Lira Açoriana, dirigida pelo maestro Henrique Piloto e acabaram nos
Estúdios da Planície, em Palmela, em Dezembro de 2016. Os Coros Polifónicos e
os músicos populares foram gravados nas diferentes ilhas de origem.
Neste trabalho a música regional
dos Açores é vista sob a perspectiva das Bandas Filarmónicas e da harmonia
coral religiosa e pagã.
Várias são as formações musicais
da tradição Açoriana, sendo que as Bandas Filarmónicas têm um papel de grande
relevo e destaque na vida comunitária, quer pela formação musical que
proporcionam à juventude, quer pela participação nas festividades religiosas e
populares.
De igual modo aos Coros
Polifónicos, geralmente ligados à celebração litúrgica, mas também com um
repertório clássico e popular, foi-lhes dada neste trabalho, a par com a
Orquestra, a relevância que na verdade têm e certamente merecem.
Depois a Viola da Terra, com as
suas variações e diferentes maneiras de tocar, é certamente o instrumento mais
representativo da tradição popular.
Problema maior foi em relação aos
vários grupos e formações de danças e cantares populares, guardiães maiores do
cancioneiro popular, dos cantadores dos vários estilos e canções populares, dos
tocadores de instrumentos também relevantes na música tradicional, como o
violino, o bandolim, o violão, etc., que pessoas e agrupamentos convidar, numa
terra de brilhantes músicos e instrumentistas?
Já sobre o repertório, como
escolher uma dúzia de cantigas numa terra onde se respira música popular e com
um cancioneiro tradicional tão vasto e variado? A escolha foi assim, como
certamente poderia ter sido outra dúzia diferente e mais outra e outra.
Quantos discos haveria que
fazer?"
Povoação, domingo, 19 de fevereiro de 2017.
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