Caros
seguidores, este é o título original de um artigo publicado no jornal regional
Correio dos Açores de 11 de setembro de 2016, apenas procedemos à troca do nome
do Concelho, uma entrevista conduzida pela jornalista Nélia Câmara.
Leia
atentamente a entrevista que transcrevemos na íntegra e tente imaginar o que
seria possível fazer-se de idêntico modo no nosso Concelho. Será que consegue
imaginar?
Afinal
fomos ou não fomos o 1º povoado desta ilha?
Temos
a maior sala de visita dos Açores!
Temos
a maior rede de trilhos da ilha! (ao abandono!)
Temos
mar e uma beira mar por explorar!
Temos
Miradouros de excelência! (alguns com má manutenção!)
E
temos muito muito mais….
Porque
não aproveitar todos estes recursos e rentabilizá-los?
Vila Franca tem de aproveitar as tradições, os
recursos terrestres e marítimos para captar o turista
Vila Franca do
Campo, a primeira capital da ilha de São Miguel, localizada na costa sul, tem
todas as condições para ser um importante pólo de turismo, captando em todas as
dimensões a massa turística que aflui à ilha, dinamizando a economia local, e
fazendo a sua distribuição para os restantes concelhos. Esta é a primeira ideia
que ressalta da tese de Mestrado de Elisabete Silva. Os desportos radicais e um
roteiro das culturas - banana, ananás e maracujá - podem ser boas ideias para
potenciar a economia local, não esquecendo as tradições...
Vila
Franca do Campo, a primeira capital da ilha de São Miguel, localizada na zona
sul, tem todas as condições para ser um importante pólo de turismo, captando em
todas as dimensões a massa turística que aflui à ilha, dinamizando a economia
local, e fazendo a sua distribuição para os restantes concelhos. Esta é a
primeira ideia que ressalta da tese de Mestrado de Elisabete Maria Andrade
Silva, sob a Orientação da Professora Maria da Graça Batista, da Universidade dos
Açores. Aprovada com distinção, a autora da tese, que se apoiou no projecto de
desenvolvimento de Cabo Verde, pelo exemplo insular, e entende que a terra que
a viu nascer e onde sempre dedicou a sua vida activa ao turismo - é assistente
de direcção do Hotel Marina de Vila Franca -, entende que do trabalho de
pesquisa que efectuou no terreno tem ainda um longo caminho a percorrer e “em alguns
casos já houve mesmo em termos turísticos, alguns retrocessos que é preciso
tornar a reavivar”.
O
trabalho reconhecido pela academia açoriana visa, segundo a sua autora,
“impulsionar o desenvolvimento de Vila Franca do Campo, através de acções a
implementar para promover o crescimento económico, social e ambiental do concelho
Baseado numa abordagem qualitativa da situação do concelho e a entrevistas
efectuadas aos principais stakeholders do concelho (privados, públicos e população
local) com o intuito de obter resultados o mais próximo possível da realidade”.
Em
declarações ao Correio dos Açores, Elisabete Silva não tem dúvidas de que Vila
Franca tem uma manancial “que não está a ser aproveitado”, porque muito do que
é tradicional está a perder-se e podia ser “aproveitado para dinamizar a
pequena economia local” com uma nova maneira de olhar para o passado mas
dinamizando o presente. É o caso da olaria de Vila Franca do Campo, que tem de
ocupar um lugar de destaque no campo turístico, tal como acontece na Lagoa.
Os
turistas levam louça da cerâmica Vieira mas quase não levam louça de Vila
Franca porque não há um circuito turístico. De Vila Franca, diz, levam as queijadas,
saborosas, mas podiam levar muito mais, como maracujá, polpa de maracujá, banana,
vinho abafado... Isso são exemplos mas muito mais havia para que os turistas e
os locais que passem na antiga da ilha podem levar. Para que isso aconteça Elisabete
Silva diz que há que preparar um roteiro turístico. No caso da banana podia
haver um circuito da plantação, tal como se faz na Fajã de Baixo com o ananás.
“As nossas estufas também são importantes e a plantação de ananás em Vila
Franca também existe. No caso do maracujá Vila Franca é a única onde se faz
polpa desse fruto, portanto seria importante dar os primeiros passos para a
construção de uma pequena fábrica. Essa seria uma maneira de desenvolver a
economia local mas também dar atenção à produção e à comunidade.
Para
Elisabete Silva não faz sentido que as tradições se percam quando podem ser
aproveitadas para melhorar a vida das pessoas. Essa jovem, a nível cultural
defende que deve haver uma forte aposta na recuperação das tradições, dando
valor ao que é profano, mas respeitando o que é religioso, e dá como exemplo o
facto de não se poder “atrapalhar” as festividades de uma festa religiosa como
é o caso do Senhor Bom Jesus da Pedra com música de “Mamonas assassinas”. Tem
de haver em seu entender variedade para todos os públicos mas a mistura entre o
sagrado e o profano não pode ser feita de ânimo leve. Defende também que em Vila
Franca devem ser feitas feiras temáticas para aproveitar os recursos, por
exemplo podia ser feita uma Feira da apanha do Milho e outra da Vindima, em que
tanto os locais como os turistas pudessem apreciar o que ainda se faz na ilha,
neste caso no concelho.
Esta
seria também, em seu entender, uma maneira de dinamizar todas as freguesias do
concelho, pois cada uma delas tem as suas potencialidades num “projecto de
culturas”.
Elisabete
Silva também preconiza uma melhoria dos trilhos pedestres, a descrição do
património histórico, museológico e religiosos, como é o caso das igrejas que
não têm qualquer identificação nem a sua história é dada a conhecer a quem
visita as igrejas do concelho. “Seria importante que cada igreja/ermida tivesse
afixada uma pequena história. Isso pode ser feito em conjunto com as escolas
profissionais que temos no concelho, tanto ao nível de português como de
inglês. Os estudantes podem fazer projectos muito interessantes e que podem ser
aproveitados. Em vez de fazerem estágios nas unidades hoteleiras podiam fazer
estágios com projectos interessantes e no terreno. Alguns deles até podem
servir para angariar dinheiro que serviria, por exemplo, para que fizessem uma
viagem de finalistas. Há é que ter imaginação e criatividade”.
Ao
nível das actividades, muito há no entender desta assistente de direcção para
fazer. “Tem de haver motivação para se criar, mas do ponto de vista da
realização de actividades podemos fazer muito, desde paddy paper passando pelo
montanhismo, pelo BTT e Moto 4. O turista de desportos radicais não pode ser
esquecido e Vila Franca pode aproveitar a época baixa para promover vários
eventos e desenvolver a economia no seu todo, porque a natureza a é nossa”.
Mas
aqui Elisabete Silva acrescenta a importância que os desportos náuticos tem no
concelho e que deviam ser incrementados como recurso para o turista que visita
a ilha, bem como defende a introdução na zona da orla marítima de Vila Franca a
abertura de mais bares e lojas temáticas, assim como a centralização do Posto
de Turismo que está fora do centro de congregação de turistas.
Elisabete
Silva diz que só com um “ planeamento turístico integrado e estratégico pode
promover o desenvolvimento económico, social e cultural de um território. Num
concelho de pequena dimensão e com recursos limitados, o turismo pode
constituir-se como um motor de desenvolvimento e servir de orientação aos agentes
públicos, privados e comunidade local na prossecução deste objectivo”.
Nélia
Câmara
Fonte:
Jornal correio dos Açores
Sem comentários:
Enviar um comentário