As más condições de
estudo, de trabalho, de conforto e de segurança do edifício da Escola Maria
Isabel do Carmo Medeiros aliada à disfuncionalidade do edifício, em virtude da
exiguidade de espaços, estão sendo reconhecidas por uma quantidade cada vez
maior de entidades públicas e particulares. Essas más condições são
experienciadas diariamente por alunos, professores e funcionários.
Vários membros desta
associação já visitaram várias escolas de São Miguel e puderam testemunhar
aquela que já é uma realidade na generalidade das escolas da região, em termos
de excelência de condições para a prática letiva, para o estudo e para a
coabitação diária de crianças e jovens.
A consciência de que os
nossos filhos, os nossos alunos, coabitam e estudam em condições de profunda
desigualdade em relação aos colegas de outras escolas da região, fez com que a
luta pela construção de uma escola nova na Povoação fosse um compromisso dos
atuais corpos sociais desta associação.
Nos diversos contatos
com entidades oficiais e nas iniciativas levadas a cabo sobre este propósito, a
APEEP considerou sempre como parceira a Câmara Municipal da Povoação e esteve
sempre aberta ao diálogo com o seu presidente tendo, por diversas ocasiões,
procurado esse mesmo diálogo.
No entanto, em todas as
reuniões públicas promovidas para o efeito o Sr. Presidente nunca compareceu
nem se fez representar, mesmo quando uma delegação desta associação se deslocou
para endereçar pessoalmente um convite para uma discussão aberta a toda a
comunidade. Em todas as demais reuniões solicitadas com a Câmara Municipal, os
membros desta associação nunca foram atendidos pessoalmente pelo seu
presidente.
A APEEP também sabe que
ao longo destes dois mandatos o Sr. Presidente da Câmara nunca se deslocou
pessoalmente para poder observar localmente as condições da escola, inteirar-se
das suas reais necessidades e perceber os problemas que as condições do atual
edifício acarretam à luz daquilo que são as atuais exigências do sistema
educativo e das diversas vias de formação que qualquer escola deve proporcionar
aos seus alunos.
Deste modo, a APEEP, em
primeiro lugar, lamenta profundamente que o atual Presidente da Câmara, Dr.
Carlos Ávila, não reconheça esta luta justa da parte da comunidade educativa da
Povoação, agora encabeçada por esta associação, nem tenha tido a preocupação
ou, pelo menos, o cuidado de procurar inteirar-se do porquê desta reivindicação
e perceber que na atual localização já não existem remedeios possíveis; em
segundo lugar, repudia perentoriamente, a ideia que transparece das suas
declarações, de que a escola existe principalmente para dinamizar a economia
local, sendo os alunos vistos em primeiro lugar não como estudantes, mas como
consumidores do comércio local ou até, como já vai sendo dito, como “turistas
de inverno”.
As declarações do atual
presidente da câmara têm revoltado alunos, pais, professores e funcionários,
ainda mais vindas de alguém que não só não está inteirado dos problemas com os
quais a instituição se debate, como também não se mostra minimamente preocupado
com as condições que infelizmente os alunos povoacenses têm de se sujeitar. A APEEP
considera que os nossos alunos, os nossos filhos são cidadãos que, cumprindo a
nobre missão de prepararem o seu futuro, veem diariamente desrespeitado o seu
direito a um estabelecimento de ensino que lhes permita viver a sua vida
académica e coabitar com os restantes colegas em condições de igualdade em
relação aos restantes colegas da região.
A APEEP,
lamentavelmente, não pode deixar de considerar que o Dr. Carlos Ávila está a
servir-se do gabinete de comunicação social da autarquia não só para lançar na
opinião pública a falsa ideia de que a escola tem espaço suficiente, como ainda
ataca a sua direção ao dar a entender que a mesma está a ser mal gerida.
A APEEP tem a plena
consciência da dificuldade de gerir um edifício escolar como é o da escola
Maria Isabel do Carmo Medeiros e aqui expressa a sua total solidariedade para
com o Conselho Executivo. A falta de espaço e a necessidade de a tentar
contornar tem obrigado a que se esteja constantemente a readaptar espaços para
servir de novas valências nomeadamente: aproveitamento de vãos de escada;
conversão de casas de banho em gabinetes de trabalho ou de apoio; conversão de
arrecadações em salas de aula; criação de gabinetes de atendimento de EE dentro
de outra sala; estreitamento de corredores para construção de arquivos;
conversão do espaço dos lavabos do refeitório para gabinete disciplinar;
Divisão de salas de aula e salas mais pequenas entre outras.
APEEP considera que o
normal em qualquer escola é diariamente os alunos entrarem no estabelecimento
no início das atividades letivas e depois apenas sair no final das mesmas,
tendo o edifício todas as condições para que eles possam estudar, brincar e
conviver ao longo do dia sem ter de sair do estabelecimento.
A situação dos alunos
da Povoação é uma situação de exceção, em que os alunos para terem aulas têm
mesmo de circular no exterior e para longe da escola, ficando expostos a
hábitos de vida pouco saudáveis, nomeadamente consumo de álcool e de
estupefacientes e perturbação do saudável desenvolvimento sexual.
No que diz respeito à
iniciativa dos alunos de apresentarem uma espécie de petição ao grupo de
deputados da Comissão de Assuntos Sociais, a APEEP considera ser uma iniciativa
louvável e que permitiu aos alunos expressarem livremente a sua vontade,
constituindo esse ato uma prática saudável de cidadania.
Esta associação repudia
que a Câmara Municipal tenha, em comunicado e com declarações falsas, acusado
de coação os promotores desta iniciativa. Foi mais uma vez a tentativa de
manipular a opinião pública contra a escola, contra os alunos mais velhos e
contra os professores.
A APEEP condena
veementemente aquela que tem sido a atuação do atual Presidente da Câmara da
Povoação e continua empenhada na solução de todos os problemas que o atual edifício
escolar apresenta, sendo que essa solução é necessariamente a construção de
raiz de uma escola nova na Povoação.
Povoação, 28 de outubro
2015.
Sem comentários:
Enviar um comentário