A Associação de Juventude Viola da Terra foi fundada em 2010, na Ribeira Quente, e comemora em 2020 os seus 10 anos de existência. Esta Associação foi criada com o intuito de valorizar e promover a Viola da Terra nos diversos contextos culturais onde a mesma ocorre, sendo a única Associação dos Açores com uma missão unicamente ligada à revitalização da nossa Viola.
Do trabalho que a Associação desenvolve, desde a sua fundação, realça-se a formação quase contínua com projectos de Escolas de Violas. Também, em 2011, a criação do projecto “Conversas à Viola” que percorreu vários Concelhos da Ilha de São Miguel e onde muitos tocadores de Viola da Terra, de diferentes gerações, puderam dar a conhecer o seu percurso musical. O evento contou ainda, nos anos seguintes, com um “Conversas com elas à Viola”, só com tocadoras de Viola da Terra, no Centro de Estudos Natália Correia e com as “Mini Conversas à Viola”, com 4 alunas de 10 anos de idade, que decorreu no Centro Cívico de Santa Clara.
Destaca-se a sua “Temporada de Violas da Terra”, iniciada em 2013. Esta “Temporada” tem o objectivo de criar um cartaz ao longo de todo o ano com diversos eventos todos ligados à nossa Viola: “Orquestra de Violas da Terra”, “Violas do Atlântico”, “Encontro de Violas Açorianas” e “Encontros de Escolas de Violas da Terra da Ilha de São Miguel” são alguns dos importantes eventos produzidos pela Associação de Juventude Viola da Terra, anualmente, e que decorrem, normalmente, entre Fevereiro e Novembro de cada ano.
A Associação organiza também, há alguns anos, em colaboração com o Conservatório Regional de Ponta Delgada, a “Audição do Dia da Criança”, com a Associação Portas do Mar e outras entidades os “Serões de Violas da Terra”, e com a Escola de Violas da Fajã de Baixo a sua apresentação anual de final de ano lectivo.
Tem ainda colaborado com o CORDAS World Music Festival, organizado pela Associação MiratecArts, de onde surgiu, recentemente, o “Dia da Viola da Terra” comemorado pela primeira vez nos Açores a 2 de Outubro de 2019 com eventos em várias Ilhas dos Açores.
Rafael Carvalho, responsável pela Associação de Juventude Viola da Terra, refere que a grande importância da Associação não está só na Formação em Viola da Terra que tem procurado promover e nas colaborações que desenvolve mas, acima de tudo, na continuidade dos eventos que vai produzindo, que vão garantindo a fidelização de públicos e que proporcionam aos tocadores apresentarem o trabalho que desenvolvem nas suas Escolas de Violas e ainda trabalhos que vão sendo editados por estes. Ao mesmo tempo, a “Temporada de Violas da Terra” tem permitido o aparecimento de novos talentos e de novos grupos ligados à promoção da Viola que, sem esta, nunca teriam a oportunidade de se apresentarem publicamente.
Este cartaz anual é já um marco na actividade cultural da Ilha de São Miguel, também com alguns eventos em outras Ilhas dos Açores, e que tem uma procura cada vez maior por parte de quem nos visita.
Em 2020 a Associação destaca a 10.ª Edição do “Violas do Atlântico” que irá colocar em palco, lado a lado, a Viola de 12 Cordas e a Viola de 15 Cordas dos Açores, procurando desmistificar muito do que se fala sobre as mesmas. Teremos ainda a 9.ª edição da “Orquestra de Violas da Terra”, que passará por mais um Concelho da Ilha de São Miguel. O “Encontro de Escolas de Violas”, “Encontro de Violas Açorianas”, “Serões de Violas da Terra”, “Dia da Viola da Terra” e muitos outros eventos que continuarão a fazer parte desta Temporada. O “Palco Aberto” que foi uma iniciativa de grande sucesso em 2013, deverá voltar, desta feita no “II Dia da Viola da Terra”.
Rafael Carvalho assume, sem qualquer dúvida, que a Viola da Terra tem hoje uma credibilidade, projecção e afirmação regional e internacional, bem como uma grande procura, no contexto cultural nas nossas Ilhas e fora delas, que não tinha há 10 anos, fruto do trabalho diário da Associação de Juventude Viola da Terra. Afirma ainda, que muito do que hoje pode ser assumido como habitual e garantido, como um “Encontro de Violas Açorianas” ou uma “Orquestra de Violas da Terra”, não passava de um sonho há 10 anos e parecia impossível na mentalidade de muita gente, sendo necessária muita coragem e perseverança para que esses e outros eventos pudessem acontecer.
Este trabalho tem contado, dentro do possível, com o apoio do Governo Regional, Autarquias envolvidas nas várias iniciativas, Entidades Culturais e Entidades ligadas ao ensino, e com uma grande colaboração na divulgação por parte dos vários órgãos de comunicação social dos Açores, mas não seria possível sem a grande colaboração, entrega e vontade de partilha dos tocadores de Viola das nossas Ilhas e de todos os que nos procuram e apoiam nos nossos eventos.
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