A maioria das Escolas Profissionais da ilha de S. Miguel reuniram
recentemente, tendo como objetivo procederem à análise da atual situação da
Formação Profissional, bem como encontrar pontos comuns que apontem soluções
para os problemas que têm vindo a enfrentar.
Foi constatada a existência de um
conjunto de preocupações comuns, sobre diversos aspetos, que estão a contribuir
para degradar a formação profissional, o papel e a situação financeira das
escolas profissionais, e o desejo de poderem dar um contributo mais ativo no
funcionamento do PO Açores 2020.
As preocupações expressas e comuns
a todas as Escolas Profissionais prendem-se com a desvalorização do ensino
profissional, face nomeadamente a um conjunto de fatores, como é o caso da
oferta de formação profissional indiferenciada no ensino regular, havendo em
muitas áreas geográficas excesso de oferta por parte do ensino regular,
substituindo-se, de forma pouca eficaz às Escolas Profissionais, cuja qualidade
e reconhecimento do ensino ministrado é inquestionável, e também pelas altas
taxas de empregabilidade conseguidas.
São também preocupações das
escolas profissionais, a desigualdade de regras e de exigências entre o ensino
regular “profissional” e o ministrado nas escolas profissionais, a falta de
perspetivas e de orientações públicas e os aspetos financeiros, que colocam uma
grande incerteza sobre o futuro destas escolas. Estas situações estão a
contribuir para a degradação da situação das escolas profissionais.
As Escolas Profissionais pretendem
contribuir de forma ativa e participativa para a definição da estratégia de
médio e longo prazo, na definição das políticas nesta área, de modo a
salvaguardar a qualidade do ensino profissional e dar continuidade ao
importante papel desempenhado, ao longo de mais de 25 anos, na melhoria da
qualificação dos recursos humanos.
Foi ainda decidido alargar esta
discussão a todas as escolas profissionais da Região, com quem já partilharam
as conclusões da primeira reunião, as quais também foram entregues ao Governo
dos Açores na reunião ocorrida no dia 27 de julho na Direção Regional do
Emprego e Qualificação Profissional e também iniciar um processo de organização
entre as escolas.
Escolas Profissionais de S. Miguel
-Escola Profissional da Câmara do
Comércio e Indústria de Ponta Delgada
-Escola Profissional da APRODAZ
-Escola Profissional da Povoação
-Escola Profissional do Nordeste
-Escola Profissional da Ribeira
Grande
-Escola Profissional da MEP
-Escola Profissional EPROSEC
MEMORANDO SOBRE A POSIÇÃO CONJUNTA DAS ESCOLAS PROFISSIONAIS
As Escolas Profissionais presentes
tomaram posição nas seguintes áreas:
Financeira
- Preocupação crescente com o
acumular da dívida.
- Constrangimentos de tesouraria
- Cursos Reativar - Análise dos
pedidos de pagamento com razoabilidade, por serem processos encerrados
contabilisticamente, cuja expetativa de receita foi registada em conformidade
com os custos incorridos;
- Limitação do número de cursos,
principalmente de cariz profissional que não são suficiente para a cobertura
dos atuais custos de estrutura das Escolas Profissionais.
- Oportunidade de reforçar o papel das Escolas
profissionais na reprogramação do PO Açores 2020;
- Criar soluções flexíveis de financiamento
que evitam a penalização das Escolas por desistências de formandos.
Oferta formativa e constrangimentos das Escolas
Profissionais
- Desvalorização do ensino profissional com a
oferta de formação profissional indiferenciada no ensino regular;
- Excesso de oferta do ensino regular,
substituindo-se às escolas profissionais;
- Retenção de alunos nos cursos profissionais
nas escolas do ensino regular que deviam ser encaminhados para o ensino
profissional;
- Imposição de oferta formativa sem ter em
consideração as reais necessidades do mercado- distribuição de cursos sem
critérios;
- Ausência de estratégia a médio e longo prazo
para o ensino profissional a nível global que condiciona as Escolas
Profissionais;
- Esvaziamento das Escolas Profissionais sem
encontrar alternativas credíveis e com capacidade de desenvolver uma oferta
alternativa e de qualidade.
OUTROS ASSUNTOS:
Planificar o futuro em relação ao
financiamento do Ensino Profissional na Região, considerando que após o
Portugal 2020 não se poder antever, em ordem a suprir o FSE / Orçamento
Regional, caso o FSE já não venha a abranger a Região Autónoma dos Açores tal
como já sucede no Continente, nas Regiões que deixaram de ser considerados objetivo
1.
Igualmente, considerar a rede
desejável de EPs para o futuro, considerando as especificidades Regionais a
nível de Ilha e Concelhios.
ESCOLAS PROFISSIONAIS DE SÃO MIGUEL QUEREM MAIS APOIOS DO GOVERNO
(VÍDEO)
Numa posição conjunta, as escolas
consideram que o ensino profissional tem vindo a ser desvalorizado face ao
ensino público regular.
As escolas profissionais de São
Miguel estão preocupadas com o futuro, nomeadamente no que diz respeito à
oferta formativa e distribuição de cursos, exigindo respostas ao Governo
Regional.
António Gaspar da Silva, diretor
da escola profissional APRODAZ, considera que existem penalizações e regras no
ensino profissional, que não são aplicadas no ensino regular e que isso
condiciona as atividades das escolas profissionais.
Jornal da
Tarde RTP/Açores carregue no link abaixo e visualize o vídeo:
Povoação, Quarta-feira, 9 de agosto de 2017.
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