Nestas
estorietas os nomes citados são fictícios excepto os animais de quatro patas.
Mercou o ti Charamba um burro ao José Chinfrim que vivia numa freguesia de Sta
Maria; burro adquirido sem demora; nem padrinho convidou o Charamba o burro
“baptizou” com o nome de doirado. Deu ração especial dois ou três dias seguido
para o “conquistar”, depois amanha-te come erva e palha se por ai encontrares.
Cultivava o Charamba uma pequena horta, de quando em vez colocava o ceirão
sobre o dorso do animal, estando cheio o ceirão com produtos hortícolas ia-os
vender as senhoras donas que residiam nos bairros do aeroporto. Sendo
micaelense desconhecia um ou outro falar de gente mariense e o parar o burrinho
no inicio foi “complicado”, desconhecendo o (Chia) burro dizia ó-ó por mais ó,
que pronunciasse o Charamba, o burro prosseguia a caminhada.
Exasperado
puchava a corda amarrada a cabeça do jumento e dizia. Ó…Ó é pra parar!
E
só assim havia stop. É bem certo o provérbio. – Burro velho não aprende latim.
Vendo o Sr. Maganão do aeroporto aquele burro velho proibiu a entrada;
recomendando ao Charamba que arranjasse outro animal para aquela missão.
No
bolso do Charamba o dinheiro era escasso mas ideia não faltava tosquiou ele o
burro para passar por burrico e lá voltou ao aeroporto dias depois, ao passar
por um operário disse este. Oh ti Charamba! Este burrinho está morrendo em pé…
Deia-lhe
o Sr. meia quarta de milho para lhe dar força. Pelo eu! Meu querido doirado, ia
dar-lhe uma congestão e morria! Abanando a cabeça, mão e dedo no ar disse…Não
dou…não dou e com esta se foi…
Em
fim de tarde de Outono Chico Froias o (carroceiro) a rogo de um merceeiro de
São Roque, foi buscar mercadoria ao ex. armazém do Domingos Dias Machado que
era localizado na rua do Frade actualmente Hintze Ribeiro no centro de Ponta
Delgada S. Miguel. De regresso a S. Roque com a mercadoria, carroça e
carroceiro calcorreavam o início da rua da Misericórdia quando o Froias avistou
um polícia de trânsito e disse para os seus botões. Estou tramado; está no fim
da rua, o gringo reguila que nunca perdoa e eu que não tenho a lanterna acesa
nem sequer tenho um toco de vela para nela colocar. Quem nasce com pouca sorte
até o cão lhe caga à porta!
Lá
se vai o dinheiro do frete, é uma bagatela mas é o pãozinho dos meus filhos Oh
Pai do céu livra-me deste demónio! Meu Jesus querido agradeço a ideia que me
deste…
Ó
bazuca, tu vais atrás da carroça amarrado e eu é que vou puchar a carroça no
meio dos varais e assim aconteceu. Pare a carroça disse-lhe o guarda… Ó Froias
tu sabes que quando está escuro tens de usar luz na carroça…ó Sr. policia isto
não é comigo – fale o Sr. com o bazuca meu patrão que está no lado de trás. Ó
Sr. policia porque me bate com o cassetete?
O
teu patrão de quatro patas; - bazuca é que mandou bater-te para andares mais
depressa – senão és multado.
Benjamim
Carmo
Povoação,
quarta-feira, 16 de agosto de 2017
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