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quarta-feira, 16 de agosto de 2017

BURRIQUEIRO E CARROCEIRO

Nestas estorietas os nomes citados são fictícios excepto os animais de quatro patas. Mercou o ti Charamba um burro ao José Chinfrim que vivia numa freguesia de Sta Maria; burro adquirido sem demora; nem padrinho convidou o Charamba o burro “baptizou” com o nome de doirado. Deu ração especial dois ou três dias seguido para o “conquistar”, depois amanha-te come erva e palha se por ai encontrares. Cultivava o Charamba uma pequena horta, de quando em vez colocava o ceirão sobre o dorso do animal, estando cheio o ceirão com produtos hortícolas ia-os vender as senhoras donas que residiam nos bairros do aeroporto. Sendo micaelense desconhecia um ou outro falar de gente mariense e o parar o burrinho no inicio foi “complicado”, desconhecendo o (Chia) burro dizia ó-ó por mais ó, que pronunciasse o Charamba, o burro prosseguia a caminhada.

Exasperado puchava a corda amarrada a cabeça do jumento e dizia. Ó…Ó é pra parar!

E só assim havia stop. É bem certo o provérbio. – Burro velho não aprende latim. Vendo o Sr. Maganão do aeroporto aquele burro velho proibiu a entrada; recomendando ao Charamba que arranjasse outro animal para aquela missão.

No bolso do Charamba o dinheiro era escasso mas ideia não faltava tosquiou ele o burro para passar por burrico e lá voltou ao aeroporto dias depois, ao passar por um operário disse este. Oh ti Charamba! Este burrinho está morrendo em pé…

Deia-lhe o Sr. meia quarta de milho para lhe dar força. Pelo eu! Meu querido doirado, ia dar-lhe uma congestão e morria! Abanando a cabeça, mão e dedo no ar disse…Não dou…não dou e com esta se foi…

Em fim de tarde de Outono Chico Froias o (carroceiro) a rogo de um merceeiro de São Roque, foi buscar mercadoria ao ex. armazém do Domingos Dias Machado que era localizado na rua do Frade actualmente Hintze Ribeiro no centro de Ponta Delgada S. Miguel. De regresso a S. Roque com a mercadoria, carroça e carroceiro calcorreavam o início da rua da Misericórdia quando o Froias avistou um polícia de trânsito e disse para os seus botões. Estou tramado; está no fim da rua, o gringo reguila que nunca perdoa e eu que não tenho a lanterna acesa nem sequer tenho um toco de vela para nela colocar. Quem nasce com pouca sorte até o cão lhe caga à porta!

Lá se vai o dinheiro do frete, é uma bagatela mas é o pãozinho dos meus filhos Oh Pai do céu livra-me deste demónio! Meu Jesus querido agradeço a ideia que me deste…

Ó bazuca, tu vais atrás da carroça amarrado e eu é que vou puchar a carroça no meio dos varais e assim aconteceu. Pare a carroça disse-lhe o guarda… Ó Froias tu sabes que quando está escuro tens de usar luz na carroça…ó Sr. policia isto não é comigo – fale o Sr. com o bazuca meu patrão que está no lado de trás. Ó Sr. policia porque me bate com o cassetete? 

O teu patrão de quatro patas; - bazuca é que mandou bater-te para andares mais depressa – senão és multado.

Benjamim Carmo

Povoação, quarta-feira, 16 de agosto de 2017

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