Do meu
tempo de criança
Nunca
mais houve outro igual
Que me
desse tanta esperança.
Que
saudade da lareira
Onde
punha o sapatinho
E da
velha laranjeira
Plantada
junto ao azevinho.
E
aquele cheiro do verde pinho
Espalhado
no terreiro chão
Que aos
braçados com carinho
O Pai
trazia do pinhal coração.
Onde estará a cómoda
Que a Mãe com fervor
De camélias e trigo como era moda
Ao menino Jesus enfeitava com amor.
E a mesa da consoada
Biscoitos laranjas e figos passados
Vinho licores e massa sovada
Pão carne e rebuçados.
E na igreja do povoado
Alegres repicavam os sinos
E no presépio em palhas deitado
Sorria Jesus a todos os meninos.
E alegres todos cantavam
Nesta noite de amor e luz
E as mãos todos davam
Acariciados com o olhar meigo de Jesus.
Benjamim Carmo
Povoação, quarta-feira, 21
de dezembro de 2016.
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