Foto de: Pedro Monteiro |
O
Priolo, ave endémica açoriana em perigo, que apenas existe na zona nordeste de
São Miguel, Açores, viu o seu estatuto revisto, tendo sido classificado como
"vulnerável", "o mais baixo para espécies em risco de
extinção", foi hoje anunciado.
Uma
nota da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) adianta que foi
divulgada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a
nova edição da Lista Vermelha mundial, onde estão listadas todas as espécies em
perigo no mundo, acrescentando que o Priolo, ave endémica de São Miguel, viu o
seu estatuto revisto favoravelmente, tendo sido classificado como “Vulnerável,
numa altura em que a maioria das espécies se encontra cada vez mais ameaçada”.
A SPEA,
indica na sua página na internet, que "esta melhoria, resultante de um
intenso trabalho de conservação desenvolvido pela Sociedade Portuguesa para o
Estudo das Aves, Governo dos Açores e mais parceiros há mais de 14 anos, não
significa que o priolo esteja fora de perigo", defendendo que "é
necessário muito trabalho para garantir a sobrevivência desta espécie única dos
Açores".
De
acordo com a SPEA, trata-se da "segunda revisão em uma década do estatuto
desta ave endémica", pois em 2010 - Ano Internacional para a
Biodiversidade – esta ave passou de “Criticamente em Perigo de Extinção”, para
“Em Perigo de Extinção”.
"O
Priolo é, assim, um dos poucos exemplos de recuperação, a nível europeu, sendo
que lamentavelmente a maioria das espécies que viram o seu estatuto alterado
foi para uma situação mais critica", salienta a SPEA, que já realizou três
edições do Atlas do Priolo, em 2008, 2012 e 2016, um projeto que permitiu
revelar "uma estabilização da população", atualmente estimada em mais
de 1.000 indivíduos.
Os
avanços conseguidos nos últimos anos permitiram “um pequeno aumento” da
população, resultante dos projetos LIFE + Terras do Priolo que têm levado a
cabo medidas de gestão e restauração da floresta laurissilva, habitat do
priolo.
O atual
LIFE+ Terras do Priolo termina em 2018.
Segundo
a SPEA, "os vários projetos LIFE que têm sido desenvolvidos na área de
distribuição do Priolo permitiram recuperar, através do controlo de espécies de
plantas invasoras, cerca de 370 hectares de floresta nativa – Laurissilva dos
Açores - em zonas prioritárias para o Priolo integradas na rede europeia Natura
2000 e também do Parque Natural de Ilha de São Miguel".
"Ainda
assim, as restantes áreas de Laurissilva circundantes (cerca de 1000ha)
apresentam, de ano para ano, níveis cada vez maiores de degradação e invasão de
espécies exóticas como a conteira e o incenso, entre outras. Mesmo as zonas já
recuperadas necessitam de manutenção devido à ameaça constante de reinvasão das
espécies exóticas que continuam a surgir e podem reverter o trabalho
realizado", acrescenta.
Para
dia 13 de dezembro está agendada a realização do III Fórum de Renovação da
Carta Europeia de Turismo Sustentável nas Terras do Priolo, que vai decorrer
nas Furnas, onde será discutido e aprovado o plano de ação nas terras do priolo
para o período de 2017 a 2021.
Fonte:
Lusa/Açoriano Oriental
Povoação,
sábado, 10 de dezembro de 2016.
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