A Associação de Juventude
Viola da Terra foi fundada a 20 de Dezembro de 2010, na freguesia de Ribeira
Quente, com o intuito de se criar uma entidade que pudesse promover, valorizar
e inovar dentro da prática da Viola da Terra na sua localidade, em primeiro
lugar, e depois com abrangência mais alargada a toda a ilha de São Miguel,
estendendo-se, entretanto, a várias ilhas dos Açores.
A Associação, responsável
por eventos como a “Orquestra de Violas da Terra”, “Conversas à Viola”, “Encontro
de Violas Açorianas”, “Violas do Atlântico”, “A Viola que nos Toca” e ainda,
mais recentemente, “Encontro de Escolas de Violas da Ilha de São Miguel” refere
que, inicialmente, nem todo os seus projectos tiveram a melhor receptividade de
apoios, apesar de todos elogiarem o esforço e pertinência dos mesmos, mas que,
com o decorrer do tempo e com a apresentação de um trabalho credível, com
qualidade e com uma continuidade que tem criado um novo entusiasmo generalizado
em torno da Viola, as pessoas começaram a estar mais abertas a receber e a
apoiar estas iniciativas.
A Associação formou-se com
elementos da Escola de Violas da Ribeira Quente e do Grupo de Violas da Ribeira
Quente.
Decorridos 6 anos desde a
sua formação, a Associação faz um balanço muito positivo do percurso que tem
vindo a fazer e das conquistas que tem conseguido para a Viola da Terra,
assumindo que, vários dos eventos realizados ultrapassaram em muito as
expectativas iniciais do que estava idealizado.
A entidade defende que
todas as suas actividades são importantes, podendo haver algumas mais mediáticas
do que outras, mas que o objectivo inerente a cada qual é de valorizar a nossa
Viola e os seus executantes e, ao mesmo tempo, desmistificar algumas questões
sobre a Viola ser difícil de aprender ou estar direcionada para os mais velhos
apenas, o que não é de todo verdade, e, ainda, aproximar as diferentes escolas
de Violas e aproximar o diálogo entre tocadores de várias ilhas dos Açores.
A “Orquestra de Violas da
Terra da Ilha de São Miguel” é a nossa iniciativa com maior impacto por
envolver cerca de 5 dezenas de tocadores da Ilha de São Miguel, num concerto
anual realizado no Teatro Micaelense. Este evento tem por base relacionar os
tocadores de Violas, proporcionar a partilha de conhecimentos entre estes e,
ainda, possibilitar a aprendizagem de novo repertório a todos. Ao mesmo tempo o
concerto final conta com a presença de músicos de outros instrumentos que criam
um ambiente musical nunca antes experimentado e que resulta também num
alargamento das influências de cada participante e numa maior motivação para
que invistam em si próprios no dia-a-dia.
O “Encontro de Violas Açorianas”
tem juntado tocadores de cinco ilhas dos Açores, que já percorreram cinco ilhas
do Arquipélago, num concerto musical em que se explica a riqueza da Viola nos Açores
e a sua diversidade no que diz respeito às técnicas de execução, afinação,
construção e repertório.
O “Violas do Atlântico” já
trouxe aos Açores executantes da Viola de Arame Madeirense, Viola Caipira
(Brasil), Viola Braguesa, Viola Toeira e Viola Campaniça. Estas trocas de
experiências e conhecimentos musicais dos músicos de fora com os músicos da
região é sempre muito rica, proporcionando a muitos, ainda, verem instrumentos
de que só ouviram falar em livros, mas que estão vivos e a fazer o mesmo
percurso e luta de afirmação que a Viola nos Açores.
São estes e muitos outros
eventos como as “Conversas à Viola” que percorreram vários Concelhos da Ilha de
São Miguel, e, ainda, os Serões Musicais no Verão em Ponta Delgada e outras
Ilhas dos Açores, e até o evento “A Viola que nos Toca”, que ajudam a aproximar
a Viola às pessoas, das que cá residem às que nos visitam, e proporcionam aos
executantes da Viola um momento musical digno, em palco, a solo, ou
acompanhados, mas onde podem partilhar as suas histórias e o seu conhecimento
sobre a Viola. Desses eventos têm resultado vários convites a estes executantes,
nas suas localidades, para começarem a participar em eventos culturais.
O último evento criado
pela Associação foi o “Encontro de Escolas de Violas da Terra da Ilha de São
Miguel, que tem decorrido no mês de Outubro, e onde cada Escola tem a
possibilidade de mostrar o trabalho que desenvolve ao longo do ano.
Todos estes eventos têm
criado impacto nas freguesias ou Ilhas que percorrem, uma vez que, normalmente,
ajudam a movimentar-se tocadores ou Escolas de Violas para abrir os concertos
ou para assistirem a “Workshops”, levando a que, em algumas situações, se
tenham criado raízes que já geraram outros grupos e outras iniciativas com a
Viola da Terra por base.
No sentido de criar uma
estrutura anual de eventos a Associação criou a “Temporada de Violas da Terra”
onde tem organizado, anualmente, todas estas iniciativas, com um cartaz
diversificado ao longo do ano, de modo a poder proporcionar a todos um leque
variado de eventos e, ainda, ter a Viola sempre em primeiro plano todo o ano.
Para finalizar, a Associação
colabora ainda com muita gente, ajudando com informações sobre a Viola,
ajudando a localizar tocadores ou construtores, como o fez para o programa do
realizador Tiago Pereira para a RTP2 todo dedicado à Viola da Terra, elaborando
projectos de aulas de Viola, e, ainda, adquirindo muito material que tem sido
editado com a Viola da Terra, para proceder a ofertas aos jovens ou às
entidades que recebem os seus eventos, bem como enviando livros técnicos editados
sobre a Viola da Terra para todas as Autarquias dos Açores de forma a constarem
das suas Bibliotecas Municipais.
Tem sido um longo
percurso, difícil e com muitos dissabores mas, a custo da persistência dos seus
membros, colaboradores, amigos e amantes da Viola nas várias Ilhas, e ainda com
os pequenos apoios dos projectos Governamentais, Casas de Espectáculos dos Açores,
apoios logísticos de Autarquias, Juntas de Freguesia, Casas do Povo, e muitas
outras entidades, bem como uma atenção contínua da Comunicação Social Açoriana,
foi possível criar uma série de eventos e uma onda de entusiasmo nunca antes
vista nas nossas Ilhas, que nos fazem acreditar que os próximos anos,
mantendo-se esta tendência e, pelo menos, os mesmos apoios, poderão trazer,
novamente, a Viola da Terra ao local de destaque que sempre mereceu.
Um obrigado a todos.
Associação de Juventude
Viola da Terra.
Povoação, 28 de Dezembro
de 2016.
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