Os índios Cherokees
já usavam esta planta para tratar cálculos dos rins e da bexiga
As
hortenses ou hortênsias são tão populares entre nós que quase dispensam
apresentações.
O
que ainda está pouco divulgado são as suas propriedades terapêuticas. O nome
científico da espécie mais utilizada em fitoterapia é Hydrangea arborescens. Esta
produz flores brancas cujas raízes têm propriedades medicinais.
Existem, no
entanto, numerosas variedades.
A
espécie com que estamos mais familiarizados é a Hydrangea macrophyla, que foi
levada para os Açores em 1790 e que aí proliferou para deleite dos turistas e
dor-de cabeça dos ambientalistas. A hortênsia encontrou no clima dos Açores um
convite para se instalar e expandir rápida e descontroladamente, sendo hoje
considerada uma espécie invasora, porque interfere com a flora local e com os
cursos das ribiras.
A
Hydrangea arborescens é um arbusto de caule lenhoso e folha caduca que chega a
atingir cerca de 3 metros de altura, tem folhas ovais e cachos de flores
pequenas de um branco cremoso. Esta hortense é também conhecida por
hidrângeabrava.
É
originária do Leste dos Estados Unidos, onde cresce na beira dos rios e zonas
arborizadas de Nova Iorque à Florida.
Os
índios Cherokees utilizavam esta planta para tratar cálculos dos rins e da bexiga.
Constituintes
Glicósidos
(hidrangenina), saponinos, resinas, rutina, ácidos fosfóricos e óleos voláteis.
Não contém taninos.
Propriedades
A
utilização principal da sua raiz consiste em tratar problemas do aparelho
urinário como cistite, cálculos nos rins, pedra na bexiga, sangue na urina,
problemas de próstata ou incontinência urinária. Por ser bastante diurética,
pode potenciar o efeito de outros diuréticos.
O
componente hidrangeína é tóxico, podendo causar vómitos, dores abdominais,
convulsões e até coma. No entanto, utilizada em doses terapêuticas e com
acompanhamento profissional, raramente se manifesta os efeitos da hidrangeína.
Veja
na página seguinte: O que deve fazer para gerar ainda mais flores na horta e
jardim se quer ter bonitas flores de hortênsias, saiba que a sua cor azul
desenvolve-se em solo ácido e ferroso, enquanto as de cor rosa desenvolvem-se
em solos calcários.
Pode
utilizar como sebes, nunca esquecendo uma poda anual radical, se bem que sobre
esse assunto existam várias opiniões e vários sites com discussões sobre podas
de hortênsias e outras plantas.
Pega
muito bem de estaca, portanto quando fizer as suas podas aproveite-as,
ofereça-as aos vizinhos e aos amigos.
Dá-se
bem em vaso, precisando aí de mais atenção e nutrição, estrume ou abonos
especiais para hortenses.
Esta
planta pertence à família das Saxifragaceas, é originária do Japão onde tem o
nome de Ajisai e da China oriental, onde cresce nas montanhas dos Himalaias.
No
Brasil também proliferou bastante, sobretudo na região de Rio-Grande-do-Sul,
onde existe mesmo uma região denominada Região das Hortênsias, que é uma grande
atracção turística.
A
pequena vila de Gramado adoptou mesmo a hortênsia como símbolo regional. Na
serra Gaúcha, muito rica em mineral de ferro desenvolve-se muito bem a
hortênsia azul.
Em
Portugal Continental também se desenvolve bastante, preferindo no entanto as zonas
mais frias e sombrias.
Texto:
Fernanda Botelho
Fonte: REVISTA JARDINS //
SAÚDE E MEDICINA
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