Entre os séculos XV e XIX, quase 13 milhões de
africanos, entre homens, mulheres e crianças, foram obrigados a deixar a sua
terra, naquela que foi uma das mais numerosas e dramáticas deslocações forçadas
da história da Humanidade.
A maioria deles teve de atravessar o Atlântico e tornou-se, no continente americano, a mão-de-obra fundamental nas plantações, nas minas ou nos serviços domésticos.
Mas como encaravam os escravizados a situação que
lhes tinha sido imposta? A historiografia tradicional europeia e americana, de
uma forma geral, considerou sempre que a atitude comum teria sido a passividade
e o conformismo. Não foi, porém, assim. Um número significativo dos
escravizados recusou-se a aceitar o estatuto que lhes determinavam e as
obrigações a que eram sujeitos. Essa recusa, manifestada logo nos seus lugares
de origem, nos navios em trânsito entre continentes ou já nos novos destinos,
assumiu formas muito diversas, dos pequenos gestos de resistência até ao
suicídio e à rebelião aberta, traduzida na fuga individual e colectiva ou na
revolta organizada.
É sobre esses resistentes e o modo como encararam
o apelo da liberdade que trata este livro, resultado da investigação inovadora
de um especialista nesta área de estudo.
ARLINDO MANUEL CALDEIRA é licenciado em História
e investigador do CHAM (Universidade Nova de Lisboa/Universidade dos Açores).
Sobre a temática da presente obra, publicou, além de dezenas de artigos em
revistas portuguesas e estrangeiras, os livros Escravos e Traficantes
no Império Português: O Comércio Negreiro Português no Atlântico durante os
Séculos XV a XIX (Lisboa, A Esfera dos Livros, 2013; Schiavi e
trafficanti attraverso l’Atlantico, Milão, Mimesis Edizioni, 2020) e Escravos
em Portugal: Das Origens ao Século XIX (Lisboa, A Esfera dos Livros,
2017). É também autor de Mulheres Enclausuradas: As Ordens Religiosas
Femininas em Portugal durante os Séculos XVI a XVIII (Lisboa, Casa das
Letras, 2017).
Ficha do Livro:
Título: O Apelo da Liberdade
ISBN: 9789895810871
PVP C/ IVA: 18,90€
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