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terça-feira, 25 de outubro de 2016

EX. PRESIDENTE DA C.M.P. DEFENDE A MANUTENÇÃO DO PATRIMÓNIO POVOACENSE

O Ex-presidente da Câmara Municipal da Povoação, Carlos Ávila, num artigo publicado na sua página do facebook defende a manutenção do património da Povoação, sendo este um tema de relevante importância para os povoacenses, devendo os mesmos fazer uma reflexão profunda deste artigo, bem como estar muito atentos em prol do futuro concelhio. 

“PONTE NOVA NA VILA DA POVOAÇÃO

Esta memória povoacense, por tantos já fotografada, sejam eles Povoacenses, ou turistas nacionais ou estrangeiros, decerto corre o mundo. Nela estão representados duas construções distintas: a casa (arquitetura doméstica) e as pontes. As pontes, construídas em arco de reminiscência romana, no seu conjunto designam-se de PONTE NOVA.

A casa está descrita no Inventário do Património Imóvel dos Açores, na publicação relativa à Povoação, S. Miguel, editado pelo Instituto Açoriano de Cultura, com o apoio da Direção Regional da Cultura. É portanto um imóvel de destaque na Vila, tanto pela sua localização altaneira, como pela sua arquitetura construtiva que data do século XIX, havendo sido o seu interior recuperado e readaptado pelo Governo dos Açores no final do séc. XX e inícios do séc. XXI, após as momentosas cheias de 1996.

A PONTE NOVA foi construída em dois arcos com espigão a meio que assenta em rocha maciça, onde aliás também assenta a casa, rocha esta, conhecida por ignimbrito da Povoação.

A PONTE NOVA permitiu aos povoacenses a circulação sobre a ribeira do Engenho que corre entre a Lomba do Botão e a Lomba do Pomar e desagua na margem direita da ribeira do Purgar que corre entre a Lomba do Loução e a Lomba do Pomar. É imediatamente a jusante (abaixo) desta PONTE NOVA que as águas das duas ribeiras se encontram e formam o caudal permanente da ribeira da Vila.

A PONTE NOVA permitiu a passagem entre o núcleo urbano da Vila da Povoação e o Bairro Visconde do Botelho, o Bairro da Caridade e o Pé do Salto, bem como a ligação às Freguesias situadas a leste da Vila.

Os moldes dos dois arcos, bem como do seu espigão, foram concebidos e executados por homens de saber de experiência feita, povoacenses que tantas obras de arte em pedra conceberam e executaram.

Os cabouqueiros do Concelho da Povoação, para além de inúmeras construções na Povoação, como sejam as casas, as pontes e até os Túneis da estrada da Ribeira Quente, também trabalharam, de entre outros, o frontispício da Igreja do Colégio de Ponta Delgada e até foi por um povoacense, Mestre José Cardoso que foi terminada a abóbada da Catedral de Santa Ana de Caracas, na Venezuela. Homens de saber de experiencia feito, sem dúvida, que construíram com arte muito do Património Imóvel, hoje existente, também no nosso Concelho e que chegou aos nossos dias.

Uma herança histórica que nos identifica e que temos a obrigação de preservar. A noção mais abrangente e completa de património é a que compreende os elementos que persistiram de épocas passadas, provas de formas de vida, de cultura, de sociedade e de civilização que são os pilares onde o Homem atual encontra a sua identidade. Não interessa se o nosso património é mais rico ou mais pobre que outros. Interessa sim que é aquele que nos foi legado pelos nossos antepassados e é aquele que identifica os povoacenses, como filhos do seu tempo (escrevi no livro sobre o “Inventário do Património Imóvel Povoação S. Miguel”, coleção do Instituto Açoriano de Cultura, 2013).

E sim, o nosso Património Imóvel, para além dos seus aspetos artísticos e culturais é condição bastante do nosso desenvolvimento económico baseado no turismo que, como se apregoa, será a maior indústria deste século. Os turistas visitam a Povoação pelo que nós temos de diferente. Quando derrubarmos o passado os turistas procurarão outras paragens.

Os Povoacenses, legítimos descendentes dos primeiros povoadores que nesta terra desembarcaram e se fixaram, possuem agora a obrigação de preservar a PONTE NOVA da Vila da Povoação, uma obra de arte que nos honra e que nos ajuda a orgulhar do nosso passado e do nosso presente.

Povoação, 24 de outubro de 2016

Carlos Ávila”

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