Tal como agora com a Covid-19, também em 1918 foi a ilha de São Miguel a mais afetada com a grande pandemia da Gripe Espanhola, que terá causado quase dois mil mortos. Na altura, eram os desembarques nos portos a grande preocupação.
A Gripe Espanhola - ou ‘hespanhola’, como se escrevia na altura - foi a última grande pandemia que fez parar o mundo há pouco mais de 100 anos.
Erauma gripe pneumónica com efeitos semelhantes à Covid-19 provocada pelo novo coronavírus e também fez parar o mundo em sucessivas vagas entre 1918 e 1920, matando milhões de pessoas.
Nos Açores, a Gripe Espanhola chegou em agosto de 1918 e os seus efeitos mortais fizeram-se sentir até fevereiro de 1919, em dois surtos praticamente consecutivos.
Há100 anos, como agora, também a doença foi importada, na altura através das ligações marítimas, havendo registo até de levantamentos populares contra o transporte de passageiros e a falta de resguardo aquando da suachegada às ilhas.
Há 100 anos, os cuidados médicos eram incomparavelmente inferiores aos de hoje e, sobretudo, as condições de vida das populações eram muito más. Quase não havia cuidados de higiene entre o povo, que vivia em condições de grande pobreza e as famílias numerosas a viver em espaços muito reduzidos criavam condições propícias para o rápido alastramento da doença.
Nesse período de seis meses, entre o final de 1918 e o início de 1919, terão morrido só na ilha de São Miguel perto de duas mil pessoas, com mais de 700 mortos no Concelho de Ponta Delgada
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