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terça-feira, 31 de março de 2020

NUMA ALTURA DESTAS SOMOS TODOS POVOACENSES, SOMOS TODOS POVOAÇÃO

Não posso nem me vou calar. Eu vivo há 20 anos neste Concelho, conheço-o como as palmas das mãos, sei que a esmagadora maioria da gente que aqui vive é sã, honesta e íntegra. Não ignoro também que, infelizmente, como em todo o lado, há uma minoria de canalhas que insiste em infernizar a vida de todos, sobretudo nos momentos em que deveriam estar calados.

É sobretudo a este último grupo de gente(?) que me dirijo, a propósito da divulgação difamatória e torpe deste vídeo, estrategicamente hoje, pelas redes sociais, de âmbito local, e, atitude ainda mais repulsiva, de âmbito regional.

Quem se der ao trabalho de o ver, fica imediatamente informado que este convívio se deu antes destes tristes tempos se terem abatido sobre nós. Quem não for completamente acéfalo (como são os autores morais e de facto desta campanha de ataque pessoal) percebe que a data 14/03 é apenas a data do "upload" do vídeo para o Youtube. De igual modo, quem é desta Região, e não de Marte, está devidamente informado sobre a evolução desta epidemia nos Açores. São factos amplamente divulgados e datados pelas Autoridades de Saúde Regionais e que nada têm a ver com os acontecimentos deste vídeo.

As pessoas visadas por esta acção caluniosa, são gente honrada e que ama a sua terra. Muitas vezes tenho feito ouvir, e são conhecidas, as minhas discordâncias relativamente a vária opções tomadas por eles, no exercício dos cargos que ocupam: as piscinas dos Pelames, a "marina" ou a construção de uma nova escola para a Povoação - mas nada disso interessa agora e nenhuma dessas divergências me impede, também de erguer a minha voz contra esta canalhice: sugerir que os povoacenses que aqui estão, nesta foto, seriam capazes de deliberadamente colocar em risco as pessoas da sua terra é um acto inqualificável, torpe e reles.

Conheço bem estes homens que aqui estão, do café, das ruas, dos Romeiros, dos grupos de teatro, fui (e ainda sou) com muito orgulho professor dos filhos, irmãos, parentes de três deles (o Pedro Nuno, e José Daniel e o António Medeiros). Conheço-os antes de serem políticos, nunca a minha mão ficou suja por ter apertado a deles e espero, no fim destes tempos escuros, poder continuar a discutir francamente ideias e divergências com a frontalidade que caracteriza as pessoas de consciência limpa.

Por agora, deixemo-nos de tolices (com um "m") e defendamos as pessoas do nosso Concelho. Como se diz na minha ilha natal: "assemeguem-se" em casa e tenham juízo!

Numa altura desta somos todos povoacenses, somos todos Povoação.

Rúben Bettencourt

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