Foto de: Um Olhar Povoacense |
Antigamente aș pessoas que viviam no campo alimentavam-se essencialmente daquilo que a terra produzia, num contexto de economia tradicional e em regime de subsistência económica. O pão, base de segurança alimentar, entrava sempre nas refeições diárias. Habitualmente e por tradição comia-se três vezes ao dia: almoço às 10 horas, jantar às 15 horas e a ceia à noite. Eram as refeições de referência do “homem da terra”. O “quebra-jejum”, como era conhecido o pequeno-almoço, nem sempre se tomava. Convicções religiosas levavam algumas pessoas a prescindir dele, ficando em jejum, como oferta de sacrifício pessoal à divindade mais querida.
No espaço rural grande parte das refeições era preparada com produtos da casa. Ir à loja comprar géneros alimentícios era coisa que se devia evitar. A solução estava na utilização da “comida de panela” e da “comida de balsa”. Integrava a comida de panela o “caldo” e a açorda de feijão ou de favas e, ainda, ervilhas ou favas guisadas. Por seu lado, a comida de balsa agrupava produtos do porco: carne, toucinho, chouriço e morcelas, armazenadas em balsas e boiões de barro. Por sua vez, a banha, mais conhecida por “manteiga de porco”, era a única gordura aplicada na confecção de comidas e, por isso, rara era a casa que não tinha boiões de “manteiga” debaixo da amassaria ou no vão das escadas, para uso racional e parcimonioso.