Das aguas do mar
Embalado fui p`la terra
A tremer
Não tive berço d`ouro
De fidalguia
Somente um colchão
De folhelho de milho
Numa cama
De perfumado pinho
Empoleirada no ladrilho
Foi em noite escura
Ou em pleno dia?
Não o sei;
Não me disseram!
Sei que era maré cheia
Porque transbordaram
Meus olhos
E provei o sabor da
Maresia
Envolveu-me
A bruma da saudade
Viciou-me a brisa do mar
E a saudade velhinha
Que ninguém os anos sabe
Anda em mim aconchegadinha
Pra alem da vida
Que me cabe
Num horizonte limitado
Onde livre rodopia o vento
Sibilante,
Encrustado predomina a
Solidão
E frustrantes são minhas
Ilusões
Oscilando e vacilante
Sigo viagem
Entre mar e céu!
Céu e mar.
Benjamim Carmo
Povoação, quarta-feira, 20 de dezembro de 2017.
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