Barcos de
Helena Wadsley
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Instalações e
exposições patentes no verão na ilha do Pico
Residentes
e visitantes à ilha montanha, este verão, têm a oportunidade de ver mais
instalações e exposições de arte. Trabalhos realizados durante o Fringe, o
maior festival de artes dos Açores para o mundo, vão continuar as suas
exposições abertas ao público, durante a temporada de mais visitas ao Pico, com
uma extensão programada pela MiratecArts.
O
Projeto de Quarenta Anos: Unidades de Água, 1-5 (Orações pela chuva) foi
construído com plásticos, madeiras e cordão flutuante encontrados na orla
marítima da Madalena do Pico, pela artista de Nova Zelândia, Sue Pickernell
Crow. A instalação destas peças continua este verão no primeiro piso da
Biblioteca Auditório da Madalena, aberta ao público de segunda a sexta, das 09h
às 17h30. É aqui que também se encontra a exposição de Helena Wadsley
"Barcos", com a participação de crianças do Pico.
O
projeto de 40 anos refere-se às peças visíveis de plástico que se acumula nas
praias - foi estimado que isso continuaria (mesmo que toda a produção de
plásticos não biodegradáveis cessasse hoje) por mais de 40 anos. O plástico
mudou o mundo. Está entrando na cadeia alimentar: nas gulas dos pássaros, nas
bocas das baleias, no sangue vital do planeta. "Eu tento parar de
comprá-lo. Mas está em toda parte" diz Sue Pickernell Crow. "O Projeto
viverá em exposição na Madalena e depois na MiratecArts Galeria Costa. Espero
que as pessoas possam brincar com elas e até construir mais com as ideias por
trás do trabalho, pois podem incentivar a fazer as mudanças necessárias."
Este trabalho foi executado na residência artística Once Upon Water (Arts
Unfold) que aconteceu no Pico no mês de junho.
O Projeto de
Quarenta Anos: Unidades de Água, 1-5 (Orações pela chuva)
de Sue Pickernell
Crow
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Para
Helena Wadsley, o seu projeto incluiu logo a participação das crianças do Pico.
"Os barcos são modelados na caravela portuguesa, dos anos 1400, chave para
a exploração", diz a artista. "As caravelas traziam pessoas para os
Açores e eu uso a árvore para simbolizar as raízes das pessoas, de onde elas
vieram e como elas se estabeleceram onde quer que fosse. Os barcos são pintados
com tinta índigo, feita à mão com goma arábica (aguarela). Índigo porque tem
sido um tinta popular durante séculos e é feito a partir da planta de Pastel
(Isatis tinctoria). Uma das razões pelas quais os Açores foram habitados era o
uso da terra para cultivar a planta e fazer a tinta. Eu queria que as crianças
do Pico colaborassem comigo, então o grupo pintou as velas. Nós conversámos
sobre árvores genealógicas e, também, se cada uma delas fosse uma árvore, como
seriam. A melhor parte para mim foi quando as crianças vieram ver a exposição
no auditório."
As
exposições de pintura "Saudade" de Martim Cymbron, no Restaurante
Ancoradouro; "Aguarelas do Pico" de Pieter Adriaans, na Atlântico
Teahouse; as esculturas de Rocio Matosas "bestas", na Rosa &
Matos, também continuam patentes, nesses mesmos locais, durante os meses de
verão.
Fotos:
Pedro Silva
Povoação,
quinta-feira, 13 de julho de 2017.
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